Pedro do Coutto
Com seu pronunciamento na tarde de terça-feira, reproduzido com destaque nos jornais de ontem, o ministro Paulo Guedes levou o governo Bolsonaro a uma dupla contradição. Em primeiro lugar, produziu grande desconforto ao citar o Ato Institucional nº 5. Em segundo lugar, tentou justificar a subida do dólar em relação ao real, incentivando indiretamente a compra e operações com a moeda estrangeira no país.
Na Folha de São Paulo, foi manchete principal do jornal, reportagem de Júlia Moura e Eduardo Cucolo. Em O Globo, a matéria foi assinada por Rennan Setti, Renata Viiera e João Sorima Neto.
SOBE E DESCE – Claro, como era esperado, o dólar subiu e a posição do Governo desceu alguns andares no plano político, notadamente com as reações do deputado Rodrigo Maia e do Ministro Dias Tofolli. Neste caso, por ameaçar indiretamente qualquer onda de protesto contra as medidas que vem colocando em prática.
O ministro Paulo Guedes necessita, para dizer o mínimo, de uma melhor assessoria política, uma vez, como dizia o ministro Roberto Campos, toda medida econômica repousa sobre o universo político. O erro está aí. Uma dupla contradição, pois não interessa a sua principal base de ação, mesmo por hipótese remota, a lembrança da decretação de uma medida profundamente radical como o AI-5.
Isso de um lado. De outro, tampouco interessa à indústria brasileira um fato cujo reflexo conduz a economia a investimentos a base de dólar.
E OS RENTISTAS? – É o caso do confronto entre os capitais rentistas e os capitais voltados para o desenvolvimento industrial, único caminho além da recuperação de salários, para fazer o Brasil retomar o desenvolvimento econômico. Não é somente esse passo, mas certamente talvez o principal para o desenvolvimento do país.
Há obstáculos grandes pela frente, o que significa uma lista de dificuldades, e a primeira das quais é o temor de protestos nas ruas e nas praças do país. Mas não será com medidas extremas que o Palácio do Planalto alcançará os objetivos com os quais se comprometeu em sua caminhada vitoriosa nas urnas de 2018.
A sociedade não aceita ser ameaçada por atos radicais. Esses atos podem até acontecer. mas isto não significa que seu autor receba o apoio popular. Mas esta é outra questão.
E O DÓLAR? – Um dos fatores essenciais da crise econômica reside na valorização do câmbio contra os interesses legítimos de nosso país. A subida do dólar, num primeiro lance de dados, pode favorecer as exportações. Mas logo o segundo degrau influi diretamente nas importações. Além disso, influi nas dívidas existentes no exterior expostas ao risco de câmbio. Portanto, por aí se constatam duas situações, uma colidindo com outra.
Fechando o vértice do triângulo vamos encontrar as posições de Rodrigo Maia, Dias Tofolli, além de várias lideranças políticas. A reportagem de O Globo assinala inclusive que a moeda americana subiu apesar da intervenção no mercado praticada pelo Banco Central. O dólar já subira 5,7% no mês de novembro e vai continuar subindo.
Com seu pronunciamento na tarde de terça-feira, reproduzido com destaque nos jornais de ontem, o ministro Paulo Guedes levou o governo Bolsonaro a uma dupla contradição. Em primeiro lugar, produziu grande desconforto ao citar o Ato Institucional nº 5. Em segundo lugar, tentou justificar a subida do dólar em relação ao real, incentivando indiretamente a compra e operações com a moeda estrangeira no país.
Na Folha de São Paulo, foi manchete principal do jornal, reportagem de Júlia Moura e Eduardo Cucolo. Em O Globo, a matéria foi assinada por Rennan Setti, Renata Viiera e João Sorima Neto.
SOBE E DESCE – Claro, como era esperado, o dólar subiu e a posição do Governo desceu alguns andares no plano político, notadamente com as reações do deputado Rodrigo Maia e do Ministro Dias Tofolli. Neste caso, por ameaçar indiretamente qualquer onda de protesto contra as medidas que vem colocando em prática.
O ministro Paulo Guedes necessita, para dizer o mínimo, de uma melhor assessoria política, uma vez, como dizia o ministro Roberto Campos, toda medida econômica repousa sobre o universo político. O erro está aí. Uma dupla contradição, pois não interessa a sua principal base de ação, mesmo por hipótese remota, a lembrança da decretação de uma medida profundamente radical como o AI-5.
Isso de um lado. De outro, tampouco interessa à indústria brasileira um fato cujo reflexo conduz a economia a investimentos a base de dólar.
E OS RENTISTAS? – É o caso do confronto entre os capitais rentistas e os capitais voltados para o desenvolvimento industrial, único caminho além da recuperação de salários, para fazer o Brasil retomar o desenvolvimento econômico. Não é somente esse passo, mas certamente talvez o principal para o desenvolvimento do país.
Há obstáculos grandes pela frente, o que significa uma lista de dificuldades, e a primeira das quais é o temor de protestos nas ruas e nas praças do país. Mas não será com medidas extremas que o Palácio do Planalto alcançará os objetivos com os quais se comprometeu em sua caminhada vitoriosa nas urnas de 2018.
A sociedade não aceita ser ameaçada por atos radicais. Esses atos podem até acontecer. mas isto não significa que seu autor receba o apoio popular. Mas esta é outra questão.
E O DÓLAR? – Um dos fatores essenciais da crise econômica reside na valorização do câmbio contra os interesses legítimos de nosso país. A subida do dólar, num primeiro lance de dados, pode favorecer as exportações. Mas logo o segundo degrau influi diretamente nas importações. Além disso, influi nas dívidas existentes no exterior expostas ao risco de câmbio. Portanto, por aí se constatam duas situações, uma colidindo com outra.
Fechando o vértice do triângulo vamos encontrar as posições de Rodrigo Maia, Dias Tofolli, além de várias lideranças políticas. A reportagem de O Globo assinala inclusive que a moeda americana subiu apesar da intervenção no mercado praticada pelo Banco Central. O dólar já subira 5,7% no mês de novembro e vai continuar subindo.
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