Coluna de Alexandre Garcia, publicada hoje na Gazeta do Povo:
A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - o mais
votado do Brasil - para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos
ganhou um entusiástico apoio do presidente Donald Trump.
Embora não se saiba exatamente se ele já recebeu o pedido de
agreement do Itamaraty, normalmente o país primeiro pergunta: “Vocês
aceitariam este nome?”. Não sei se Trump já viu, mas já ouviu falar e
deu um apoio entusiasmado.
Isso reforça a posição do indicado lá no Senado, que vai ter de
aprovar o nome. Antes mesmo desse apoio entusiasmado de Trump, já se
notava que Eduardo teria votos suficientes para ser aprovado.
Até o presidente Bolsonaro, que indicou o próprio filho, lava as mãos
porque vai ser o Senado que vai aprovar. Trump quer que Eduardo seja
aprovado. E a gente vê uma possibilidade de uma nova fase de relações
entre os dois países.
Jogo de polêmicas?
Parece que o presidente joga frases supostamente polêmicas. Quem
qualifica assim as frases é porque não gosta dele, não votou nele e não
quer que ele continue usando essas frases, afinal, foi com essas frases
que eles os derrotou em outubro.
Bolsonaro continua usando essas frases que tem apelo popular. Um
exemplo é que quando perguntaram sobre os 57 mortos no presídio em um
confronto entre facções, situação que os meus coleguinhas chamam de
massacre, ele respondeu :“Vá perguntar para as vítimas desses bandidos”.
Certamente, o presidente tem o aplauso do povo e o horror da
intelectualidade.
Outro exemplo foi quando Bolsonaro disse que poderia contar o que
aconteceu com o pai do presidente da OAB, que teria sido justiçado pela
sua própria facção. O presidente nos obriga a voltar ao assunto que
deveria ser esquecido por conta da anistia. Afinal, anistia significa
esquecimento.
Quando falamos sobre o assunto, a gente vê que houve 136
desaparecidos, entre os quais está o pai do presidente da OAB. Houve 119
mortos pelas facções que tentaram derrubar o governo e implantar um
regime comunista no Brasil, inclusive 43 civis e três moradores do
Araguaia. E mais 219 mortos nos confrontos durante esse período de 19
anos. A média anual de mortos nos confrontos é de 25 pessoas. Só para
lembrar: hoje há 65 mil homicídios dolosos ao ano.
Esse é um assunto que a gente deveria conversar, mas não exacerbar os
ânimos no país. Porque o objetivo da anistia foi a pacificação dos
espíritos. São os espíritos que armam as mãos. Enfim, reforço: anistia é
esquecimento.
Tem gente mais animada que acha que essas declarações podem dar
impeachment. O Supremo não vai se importar com uma coisa dessas porque
não tem onde qualificar. Na Câmara só quem vai se preocupar com isso é o
PT, o PCdoB e o Psol. Mas eles não tiverem nem votos suficientes para
impedir a passagem da reforma da Previdência.
Para concluir...
Parece que a morte do cacique na aldeia Mariri foi um confronto
interno sobre algum tipo de negócio com garimpo. Ou o cacique queria e a
aldeia não queria, ou a aldeia queria e o cacique não queria. Talvez
seja isso.
A propósito, boa parte do ouro roubado em Guarulhos era de uma
mineradora canadense chamada Kinross Gold Corporation. Essa empresa
sozinha produz 22% do ouro produzido no Brasil. A maior mina dela é em
Paracatu (MG).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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