Com as colocações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luiz Fux, e da procuradora-geral Raquel Dodge, ficou patente que não haverá candidatura de Lula da Silva nem participação dele na campanha eleitoral pelo rádio e televisão, desfazendo a pretensão do PT. E quando se esperava que a reação do partido fosse indicar um candidato substituto, o que ocorreu nesta terça-feira, dia 31, foi exatamente o contrário, com início da greve de fome de seis militantes de movimentos sociais, sob coordenação direta de João Pedro Stédile, do MST.
Em entrevista a Octávio Costa e Bernardo de la Penã, do Jornal do Brasil, o líder dos Sem-Terra previu que, se impedirem a candidatura de Lula, a crise política vai se tornar ainda mais aguda. “Ninguém sabe no que vai dar”, desafiou.
GRANDE DÚVIDA – Stédile realmente tem razão, porque ninguém sabe mesmo o que vai acontecer. É uma grande dúvida, até porque o PT já está convocando outros militantes para se incorporarem ao grupo que iniciou a greve de fome.
Há poucos dias, o ex-ministro Gilberto Carvalho afirmou que, se Lula não for libertado e continuar impedido de disputar as eleições, a solução será um “levante popular”. A declaração foi interpretada como apenas uma bravata, mas na verdade funcionou como uma sinalização.
Na segunda-feira, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, confirmou que neste sábado (dia 4) acontecerá o 15º Encontro Nacional do PT, que vai confirmar a candidatura do presidente Lula à Presidência da República. E, no dia 15, a candidatura será registrada no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, em meio a uma grande manifestação popular, que está sendo organizada pela Frente Brasil Popular, que reúne 88 movimentos e partidos, já atuando em mais de 600 cidades.
PROVA DE FORÇA – Portanto, a primeira prova de força deste movimento nacional pró-Lula será nesta manifestação agendada para o próximo dia 15, que cai numa quarta-feira.
É claro que o sonho do levante popular pode ser um grande fiasco, como aconteceu nas programadas “ocupações” de Porto Alegre e Curitiba. Mas é preciso admitir que há uma pequena chance de o PT, com apoio da Frente Brasil Popular, conseguir organizar um ato público gigantesco em Brasília e a situação fugir ao controle dos órgãos de segurança, que precisam estar atentos a essa possibilidade.
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