quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Elevar impostos, reduzir gastos ou cobrar as dívidas imensas dos empresas?


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Charge do Kaiser (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
A pergunta tem sua razão de ser, pois os presidenciáveis não estão focalizando pontos concretos sobre os quais seus programas de governo devem se basear. Reportagem de Antonio Nucifora, na Folha, analisa o panorama das contas públicas e conclui que em seus programas os presidenciáveis precisam definir suas estratégias para seguir o caminho de aumentar tributos ou de reduzir os gastos. A redução de despesas termina sempre recaindo no número de empregos e tal operação logo em seguida vai elevar o desemprego e consequentemente diminuir o consumo.
Coloco uma terceira opção, a mais cristã e também democrática: por que não combater a sonegação de empresas e cobrar mesmo que parcialmente suas dívidas acumuladas? A corda como diz o velho ditado, arrebenta sempre do lado mais fraco. E se o equilíbrio das contas públicas dependesse da mão de tigre do mercado não haveria solução.
DÍVIDA IMENSA – Cortar salários não chega para enfrentar o impasse sintetizado na dívida interna que, como vimos outro dia, está se elevando a 3,7 trilhões de reais. A perspectiva, inclusive, é que aumente ainda mais, uma vez que o governo está capitalizando juros à base da colocação de mais notas do Tesouro Nacional no mercado. Basta imaginar o montante que resulta da incidência da taxa Selic sobre o total do endividamento.
Como não tem 200 bilhões de reais disponíveis para pagar os juros, o governo substitui o valor dos juros pela alienação de mais papeis. Essa operação derruba o mito do superavit primário. Trata-se de déficit secundário.
Mas as contas, mesmo sem calcular os juros, não vão bem, e daí o déficit financeiro resultante.
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ALIANÇAS ELEITORAIS E CORRUPÇÃO

Carolina Linhares, em reportagem publicada na Folha de São Paulo de ontem, faz uma análise das alianças eleitorais que estão sendo costuradas à base de acréscimos no horário eleitoral na TV. Não se cogita em convergência de ideias e de sintonias programáticas entre as candidaturas.
O ex-governador Geraldo Alckmin por exemplo, afirmou à repórter que as alianças são criticadas por quem não as conseguiu, querendo com isso apagar as restrições quanto a sintonia de ideias e de rumos na formação do governo que começa em janeiro de 2019.
Quanto ao vice, Alckmin afirmou que revelará o nome no dia 4, na véspera do amanhecer do dia em que o prazo termina. Acentuou, entretanto, que não será um nome do PSDB, tampouco do Estado de São Paulo.
DUAS MATÉRIAS – Temos, assim, duas matérias de importância destacadas pela Folha de São Paulo: a primeira, relativa aos gastos públicos; a segunda, referente às alianças para a campanha eleitoral. Como se vê, está faltando afinidade entre os candidatos a presidente e vice. Sinal dos tempos.
Depois do dilúvio da corrupção que fez desabar a administração pública, os candidatos não estão enfrentando o desafio maior, que somente poderá ser atingido por uma carga muito forte de eficiência.
Esta matéria começou com uma pergunta. Termina com outra: até agora nenhum candidato abordou o tema corrupção?
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