O Globo
Michel Temer sonhou disputar a reeleição, mas foi lembrado de que precisaria de votos. Depois sonhou ter um candidato que o defendesse. Henrique Meirelles topou, mas não sai do 1%. Agora o presidente tem um novo sonho. Quer que os outros presidenciáveis parem de criticá-lo.
Em discurso ontem em São Paulo, o emedebista reclamou das bordoadas que tem levado na pré-campanha. Ele acusou os aspirantes ao Planalto de dizerem “barbaridades” para atingi-lo. “Estou fazendo uma recomendação aos candidatos à Presidência”, disse. “Nós precisamos continuar. O continuísmo é fundamental”, prosseguiu.
AUTOELOGIOS – Diante de uma plateia de empresários, Temer apresentou um balanço cor-de-rosa da própria gestão. Depois da sessão de autoelogios, pediu que o próximo presidente não se encoraje a “cortar aquilo que foi começado”. “A política que nós implementamos com o apoio dos senhores deve ser mais uma vez prestigiada”, afirmou.
Por fim, ele se queixou da oposição, que chamou de “radicalíssima”, e disse que a discórdia cria “uma divisão que não é útil para o país”. “Eu preciso da compreensão e do auxílio de todos”, concluiu.
REJEIÇÃO MACIÇA – Como a eleição não será decidida num auditório da Fiesp, Temer terá que se acostumar às críticas. As pesquisas mostram que sua administração é aprovada por apenas 3% dos brasileiros. Quem estiver atrás de votos terá que se dirigir aos outros 97%.
É mais fácil o coelhinho da Páscoa aparecer em outubro do que a sucessão ser vencida por alguém que defenda o que está aí. O presidente tem o direito de sonhar, mas alguém precisa avisá-lo de que o continuísmo está em baixa.
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