domingo, 31 de dezembro de 2017
Eleições e Copa do Mundo são alguns dos desafios do Brasil para 2018
O Brasil inicia o ano de 2018 com alguns importantes desafios a serem enfrentados. Na política, a população vai às urnas em outubro para escolher o novo presidente da República, depois dos conturbados anos vividos no país após o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016 e a chegada de Michel Temer ao poder. Com índice recorde de rejeição, Temer lutará para aprovar suas reformas no último ano de governo. Já o técnico Tite comandará, com a pressão de outros milhões de brasileiros técnicos, a busca do hexacampeonato da Seleção na Copa do Mundo da Rússia.
Eleições presidenciais
O pleito nacional, contudo, promete ser um dos mais disputados e polarizados. Já em janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgará se mantém a condenação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto dos institutos Ibope e Datafolha. A decisão do Tribunal pode definir o cenário eleitoral dos próximos meses.
Com a previsão de uma eventual ausência de Lula na disputa, partidos de esquerda ainda discutem se haverá um candidato de consenso ou se cada legenda lançará seu próprio nome. O PDT já tem como pré-candidato o ex-ministro Ciro Gomes, enquanto o PCdoB, aliado histórico do Partido dos Trabalhadores, vai lançar a deputada Manuela D'Ávilla. Já alguns setores do Psol se mobilizam em torno do nome de Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). O PSB tenta convencer o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa de concorrer na eleição presidencial.
Na extrema-direita e aparecendo em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) busca um novo partido e terá que enfrentar a rejeição de grande parte da população na eleição majoritária, tradicionalmente mais difícil para candidatos que agradam a determinados nichos da sociedade. Bolsonaro também luta para não ser engolido, no caminho, pela centro-direita, que poderá ser representada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).
O PMDB de Michel Temer ainda não lançou nenhum pré-candidato. O DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), pode abrir mão de ter um nome próprio para se aliar ao candidato de Temer ou mesmo ao PSDB, de quem é aliado histórico nas eleições para o Palácio do Planalto. Entre os partidos de Centro, a candidatura mais forte, com maior recall, segue sendo a da ex-ministra Marina Silva (Rede Sustentabilidade).
A popularidade da Operação Lava Jato também pode ser responsável pelo lançamento de nomes do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal nas eleições majoritárias e proporcionais de outubro. Dezenas de agentes e delegados podem ampliar a chamada "bancada da bala" no Congresso Nacional. Conhecido na mídia como "Hipster da Federal", Lucas Valença é um dos policiais que anunciaram a vontade de entrar na política.
Eleições no RJ
No Rio de Janeiro, o ex-prefeito Eduardo Paes pode deixar o desgastado PMDB fluminense para concorrer ao Governo do Estado. Recentemente, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou sua saída da política após o final do mandato, em dezembro. A oposição ao PMDB terá entre seus principais nomes o vereador Tarcísio Motta (Psol), que ganha força na Câmara Municipal por atos como a CPI dos Ônibus para desmantelar um grande esquema de corrupção envolvendo empresas de transporte no Rio.
Governo Temer
O governo de Michel Temer entra o ano com taxa de desemprego recorde de 12%, com 12,6 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor taxa de 2017, mas a maior para o período entre setembro a novembro de toda a série histórica, iniciada em 2012.
O governo tentará ainda, já em fevereiro, aprovar a impopular reforma da Previdência, e conta com a ajuda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), após longos meses de negociação. A oposição promete obstruir a votação. Desgastado no Congresso Nacional por duas denúncias de crimes como corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa, Temer já conseguiu emplacar a reforma trabalhista e o teto de gastos, que congela investimentos públicos pelos próximos 20 anos.
Michel Temer é o presidente com um dos maiores índices de rejeição internacionalmente e tem a pior reprovação por parte da população brasileira na História da República.
Copa do Mundo na Rússia: A luta pelo hexa
Após vencer as Eliminatórias Sulamericanas com uma campanha impecável desde o momento em que o técnico Tite assumiu, a Seleção Brasileira chega à Rússia como uma das grandes favoritas. Embaladas pela empolgação da torcida, a equipe confia na inspiração e no talento do craque Neymar.
A Seleção Brasileira caiu no grupo E, após um sorteio realizado pela Fifa, e irá enfrentar Costa Rica, Sérvia e Suíça. Caso avance, os comandados de Tite terão pela frente algum adversário do grupo F, que tem como cabeça de chave a nossa algoz na última Copa: Alemanha.
Desafios no mundo
O polêmico presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inicia seu segundo ano à frente da maior potência do mundo, sem dar sinais de que abrirá mão de polêmicas. Um dos principais conflitos do Oriente Médio, a disputa entre Israel e Palestina, ampliada pela decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como capital israelense, terá novos desdobramentos, a depender da briga de forças entre os EUA e seus aliados contra os países da ONU (Organização das Nações Unidas) que veem com preocupação os passos da potência.
Mais um temor da comunidade internacional que teve início em 2017 e que continuará em 2018 é o resultado das constantes trocas de acusações e ameaças de deflagração de uma guerra entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
Outra potência que contrabalança os poderes na geopolítica mundial, a Rússia dá sinais de que vai reeleger o presidente Vladimir Putin para seu quarto mandato. O novo ano verá mudanças históricas de governo, como a saída de Raúl Castro, que sucedeu seu irmão Fidel Castro, que morreu em 2016, no comando de Cuba, depois de décadas à frente da ilha comunista do Caribe.
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