Ana Paula
do Vôlei, nossa rainha, dá uma boa traulitada no chatíssimo
pré-candidato Luciano Huck, metido a criticar o liberalismo e o
capitalismo, como se estudasse alguma coisa fora da cartilha
esquerdista. Sabe muito bem é arrecadar com seu programa na Globo,
consertando lata velha de pobres, mas é um péssimo candidato (mais do
mesmo) à presidência. Pois bem, tanto Huck quanto seus amigos globais e
petralhas em geral querem nos deixar sob as patas dos taxistas, que,
como dizia o saudoso Paulo Francis, merecem ser fervidos em óleo. Não,
queremos a liberdade de escolher Uber - e fora o Estado. Que tirem o
táxi do Estado, ao invés de tirar o Uber da sociedade. Parabéns, Ana Paula, pelo excelente e pontual texto:
Desconheço
a posição do pré-candidato Luciano Huck sobre os táxis, no máximo
lembro do antigo sucesso da sua primeira-dama, mas uma declaração
recente dele me deixou de cabelo em pé. Logo ele que se empenha tanto em
consertar latas velhas.
Falando
no mesmo tom do socialista Bernie Sanders daqui, Huck disse que “não
adianta achar que o liberalismo, o livre mercado e o Estado mínimo
tornarão o Brasil menos desigual”, ignorando informações básicas sobre
economia como o ranking de liberdade econômica da The Heritage
Foundation que prova, sem margem para dúvidas, que liberalismo e
desenvolvimento humano caminham juntos. O apresentador mostrou seu
ceticismo em relação ao capitalismo num evento de empreendedorismo,
mostrando que o Brasil nunca vai deixar de surpreender. Como dizia o
insuperável Millôr, uma ideologia quando fica bem velhinha vem morar no
Brasil.
Se este
liberal não é assim tão liberal em economia, outros socialistas cariocas
parecem mais dispostos a quebrar o tabu. Gregório Duvivier e Fernanda
Torres, por exemplo, já exaltaram o Uber nas redes sociais e na
imprensa, provando que socialismo é bom mesmo para os outros.
Os táxis
são quase tão antigos quanto os carros e as leis que regulam o serviço
não são nada menos antiquadas, inadequadas e retrógradas, como o Uber
mostrou de forma tão contundente. O aplicativo é uma solução de mercado
para um problema de mercado. Ele ajuda a demanda de serviços de
transporte particular encontrar uma oferta ampla, diversificada e
acessível, uma oportunidade de trabalho ou de complemento de renda para
milhares de brasileiros. É esse livre mercado que Huck parece não
entender completamente ou não gostar.
Não há
nada que justifique moral, social ou economicamente a idéia de que o
Estado deve ditar quem pode disputar a preferência do usuário por este
tipo de serviço. Se o motorista está habilitado para dirigir, se seu
carro está ordem, se o aplicativo pré-seleciona seus motoristas para
você pensando na sua segurança e na qualidade do serviço, o que a
burocracia governamental tem a ver com essa relação privada? Como a
história já provou, burocrata não regula bem.
O bordão
de Benito Mussolini “Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do
Estado”, pedra fundamental do fascismo, parece ter sete vidas. O Uber e
seus similares não são perfeitos, nada humano é, mas o serviço regulado
pelo mercado, pela decisão livre do consumidor, é sempre preferível às
malfadadas soluções governamentais. Não basta para os políticos
dirigirem (mal) a nação? Deixem os carros em paz.
A
motivação por trás dos defensores do monopólio atual é criar
dificuldades para a maioria silenciosa enquanto vende facilidade para a
minoria organizada, barulhenta e violenta que luta pela reserva de
mercado. O Estado está, como sempre, usando recursos públicos para fazer
negócios privados, socializando prejuízos e privatizando lucros. Ao
menos até colocarmos liberais no Congresso, como teremos mais uma
oportunidade no próximo ano.
Não
devemos dar as costas e abandonar os taxistas honestos, dedicados e
trabalhadores que gastaram fortunas para entrar neste mercado e atender
as insanas demandas do governo. O importante é compensar os taxistas por
seu investimento e buscar um modelo de transição que não crie uma
concorrência desleal, assim como não se pode impedir a inovação, a livre
concorrência e a evolução deste ou de qualquer outro mercado.
Quando o
Estado promete “não impedir, apenas regular”, já sabemos como esse
filme termina e quem morre no final. A votação, em regime de urgência,
da PLC 28/2017, vai na prática estatizar o Uber e similares, asfixiando o
que tem de bom e inovador sem dar nada em troca para o consumidor a não
ser mais e mais Estado. É o Estado, mais uma vez, querendo decidir por
você.
O
governo do país com 60 mil assassinatos por ano, que não consegue
oferecer o mínimo em segurança, saúde e educação para o cidadão que paga
uma carga tributária imoral, deveria derrubar a lei do deputado petista
que foi flagrado num vídeo dizendo que o Uber, vejam vocês, deveria ser
proibido de deixar “qualquer um” dirigir.
Carlos
Zarattini (PT – SP), autor da PLC 28/2017 é do partido que deixou o país
na maior crise econômica da história, com milhões de desempregados
ávidos por uma oportunidade, qualquer uma, de voltar ao mercado de
trabalho. Mas o coração petista bate mais forte pelos sindicatos que
alimentam a máquina de votos do partido.
O
presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Natalício Bezerra,
declarou recentemente que “pobre tem que se conformar que é pobre, o
pobre não vai querer o que o rico tem.” Se continuarmos sendo pautados
por socialistas e liberais de araque, os pobres podem mesmo perder
qualquer esperança de, um dia, andar de táxi ou de Uber. Terão de se
contentar com o precário sistema público de transporte e PT saudações.
Quando
Reagan disse, logo no discurso de posse, que “na atual crise o governo
não é a solução, o governo é o problema”, abriu caminho para 25 anos de
crescimento e prosperidade do país que recebeu com a economia combalida,
inflação alta e crescimento baixo. Quem sabe um dia poderemos aprender,
ao menos uma vez, com os bons exemplos.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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