quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Levy tinha um plano para evitar rombo no orçamento – e foi voto vencido


Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante sessão de comissão na Câmara dos Deputados, em Brasília, em julho. 15/07/2015
A proposta de Levy para o orçamento foi para o fim da fila(Ueslei Marcelino/Reuters)
É sabido que o ministro da Fazenda Joaquim Levy não concordava com o plano do governo de apresentar previsão de déficit orçamentário para 2016. A alternativa do ministro, segundo fontes próximas, era levar adiante um projeto de cortes de gastos obrigatórios, previstos em lei, e a redução drástica de programas como o Fies e o Ciência sem Fronteiras. Benefícios setoriais, como o seguro-defeso para pescadores, que foi reduzido durante o ajuste fiscal aprovado este ano, seriam enxugados ainda mais. O ministro não estudava, por enquanto, cortes no Bolsa Família.
Nas contas de Levy, com os cortes, os gastos passariam a se encaixar na arrecadação, tornando possível a apresentação de uma peça orçamentária no azul. A estratégia continuaria dependente de aprovação no Congresso - ou seja, corria grandes riscos de sofrer ataques. Mas agradaria às agências de classificação de risco. A presidente Dilma preferiu recorrer à ideia desastrada da CPMF, que Levy foi orientado a encampar. Diante do fracasso, deu aval ao plano de Nelson Barbosa, de déficit "transparente". As propostas do ministro foram para o fim da fila. (Ana Clara Costa, de Brasília)

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