Neste período de retração da economia, os cofres municipais
sofrem impacto direto na arrecadação e reflexos severos na relação
receita/despesa. Diante da dificuldade, a União dos Municípios da Bahia
(UPB) realiza nesta segunda-feira (31), às 10 horas, uma reunião
ampliada com a presença de deputados e representantes de órgãos de
controle (TCM, TCU, CGU e MPF). O encontro é uma solicitação de
prefeitos de diversas regiões do estado que reclamam dos transtornos
vivenciados em seus municípios com o desequilíbrio financeiro das
gestões. Além do arrocho nas contas públicas, a reunião discutirá obras
federais paralisadas nos municípios da Bahia, devido à falta do repasse
de recursos. De acordo com a presidente da UPB, prefeita Maria Quitéria,
a ação é preventiva para que o gestor não tenha que responder por um
impasse gerado por outro ente, visto que licitam os serviços com
construtoras, mas as obras ficam paradas até que o valor empenhado pela
União chegue aos cofres municipais. Para se ter uma ideia, a UPB
apresenta dados da Confederação Nacional de Municípios que apontan na
Bahia a soma de R$ 2,9 bilhões em despesas prometidas e não pagas pela
União na virada de 2014 para 2015. Sobre a escassez de recursos, Maria
Quitéria completa: “Chegamos a uma situação limite, alguns municípios
não têm mais despesas para cortar sem que serviços essenciais como de
saúde e coleta de lixo sejam atingidos”. Segundo a gestora, o problema
vem se alongando desde que medidas tomadas pelo governo federal, como a
isenção do IPI e o congelamento do imposto de renda, fizeram com que os
municípios perdessem R$ 121,454 bilhões entre 2008 e 2014. A Bahia foi o
terceiro estado que sofreu o maior impacto dessas medidas, reduzindo as
receitas em cerca de R$ 11 bilhões. Os efeitos dessa crise financeira
dos municípios são ainda mais severos nos municípios pequenos que
dependem dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM),
cerca de 70% das cidades baianas. O prefeito de São Domingos, Domingos
Nafitel, relata que a situação em seu município é crítica. “Está muito
difícil de administrar porque os recursos caíram bastante e nós estamos
com muito débito na prefeitura, sem pagar a folha de julho e sem recurso
previsto para pagar a folha de agosto”, disse. Questionado sobre as
obras paralisadas em seu município, o gestor relatou que no momento está
com quatro obras do governo federal em andamento e não estão sendo
repassados os recursos necessários para finalização.
O momento vivido pelas prefeituras baianas não é diferente de outras localidades no Brasil. Nos últimos dias, prefeituras do Ceará, parte das de São Paulo e do Piauí fecharam as portas em protesto. Prefeitos piauienses tomaram as ruas de Teresina para denunciar a queda das receitas e as dificuldades de governar sem recursos. POLÍTICA LIVRE
O momento vivido pelas prefeituras baianas não é diferente de outras localidades no Brasil. Nos últimos dias, prefeituras do Ceará, parte das de São Paulo e do Piauí fecharam as portas em protesto. Prefeitos piauienses tomaram as ruas de Teresina para denunciar a queda das receitas e as dificuldades de governar sem recursos. POLÍTICA LIVRE
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