domingo, 5 de abril de 2015

Chocolate feito de cupuaçu reutiliza caroço do fruto e surpreende paladar


Desenvolvido por ribeirinhos da Ilha do Combu, Cupulate é feito a partir do caroço de cupuaçu.

O rio nos leva para longe da cidade. É no meio da floresta que vive a doceira mais famosa da ilha do Combu. Dona Nena faz um delicioso brigadeiro! E no lugar do cacau, entra o cupuaçu.

Doutora em Tecnologia de Alimentos, Alessandra Lopes diz que o cupuaçu é rico em aminoácidos e excelente fonte de energia. “Os aminoácidos são proteínas que fornecem nutrientes essenciais à saúde, e o cupuaçu é fonte desse elemento, de melhor qualidade que o cacau”, diz Alessandra Lopes, professora da Universidade Federal do Pará.
E pensar que era para o lixo que Dona Nena mandava as sementes de cupuaçu. Há 4 anos, ela descobriu o potencial que tinha em mãos e, hoje, vende tudo o que faz.
“Tem uma clientela de São Paulo que gosta muito do cupuaçu. Quando vem aqui, compram bastante e ainda reclamam quando não tem”, conta Izete Costa.

Como tudo é artesanal, Dona Nena não dá conta de fazer mais do que gostaria. A produção é pequena. E quando tem muita encomenda, ninguém da família escapa do serviço. Quem come e acha tudo uma delicia, não imagina como dá trabalho!

“As sementes ficam aqui por 15, 20 dias. Por que tanto tempo? Porque ela uma semente que é bem mais grossa que o cacau”, explica Nena.
“Quando ela fala ‘vem descascar cupuaçu’, dá vontade de fugir”, conta, rindo, Suzana Rezende, sobrinha e ajudante de Dona Nena.
Não é pra menos. Por semana, haja semente descascada pra produzir, no máximo, 20 barrinhas de Cupulate, uma espécie de chocolate de cupuaçu. A filha de Dona Nena largou até o trabalho na cidade quando percebeu que o negócio tinha futuro.
“O chocolate mudou a minha vida . Temos tanto trabalho que até pra sair de casa agora está difícil. A gente sai e o povo vem. As pessoas querem ver como se faz o chocolate e a gente tem que estar à disposição mostrando”, conta Patrícia Quaresma, filha e ajudante de Nena.
O chef mais conhecido da Amazônia, Thiago Castanho, elogia o sabor e a criatividade do produto. “Sempre venho comprar o chocolate, porque são produtos que enriquecem a culinária brasileira, e as pessoas enriquecem os produtos, ela é um exemplo disso”, diz.

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