Palmiart produz canetas, arranjos e até abajour com restos da produção do açaí, em Igarapé-miri.
“Não precisa de muita técnica para plantar o açaí e nem de muito manejo”, diz Seu Alci.
Do açaizeiro, já há algumas décadas, se aproveita também o palmito. Deste pedaço aqui ainda são retiradas várias camadas até se chegar ao ponto do ideal para o consumo. O beneficiamento é feito nas fábricas artesanais do município. Nelas, o alimento sai pronto para a venda.
Tudo o que sobra do beneficiamento do palmito é descartado e vem para áreas como esta: são os picadeiros. Só que durante muitos anos não se tinha éum destino sustentável para as cascas de palmito – que ficavam acumuladas e demoram a se decompor no meio ambiente. Há dois anos, foi encontrada uma solução para este problema.
“Agora esse produto é reaproveitado: coletamos os que servem para fazer artesanato”, conta Gracilene Ferreira, professora coordenadora do projeto Palmiart.
De uma em uma as cascas são coletadas. Depois, são levadas para as casas de moradores que fazem parte do projeto. Os ateliês são improvisados: no quintal mesmo. Há um ano e meio, Cláudia ganhou uma nova ocupação.
“Antes eu passava o dia em casa, agora já ganho o eu dinheiro”, diz Cláudia de Nazaré.
Aos poucos, com acabamento e criatividade, o que seria descartado, vira arte: biojoias, canetas, arranjos e até abajour. Uma produção média de 10 peças por dia. Tudo pensado e planejado por alunos das escolas locais em nome da sustentabilidade. Para produzir um vaso, por exemplo, são retiradas dos picadeiros mil cascas de palmito de açaí.
Não só o meio ambiente agradece, mas as famílias envolvidas no projeto, que aprenderam a reduzir os impactos na natureza e a aumentar a renda em casa.
“É um projeto que ensinou a transformar o que era lixo em luxo e ajudou famílias como a dela”, diz a estudante Jaqueline Pureza.
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