Responsável pela área de desestatizações do Ministério da
Economia, o secretário José Salim Mattar Júnior diz não estar mais
frustrado com seu novo emprego, mas se divertindo muito no governo do
presidente Jair Bolsonaro, que considera um “homem puro” e comprometido
com o programa de privatizações. Mattar participou nesta quinta (8) de
evento do banco BTGPactual que reúne outros seis secretários do mesmo
ministério. Após chamar o estado brasileiro de obeso e falar em vender
tudo o que fosse possível numa lista de mais de 130 empresas para serem
privatizadas, Mattar foi questionado pela plateia sobre a oposição de
Bolsonaro às privatizações quando o atual presidente era deputado
federal. “Muitos de nós mudamos. Tem hora que faz um clique. A
influência do ministro Paulo Guedes [Economia] com o presidente foi
espetacular. Ele influenciou o presidente a ter efetivamente uma
orientação de privatizações”, afirmou. Outra manifestação enviada pela
plateia por escrito foi um pedido para que Mattar lembrasse ao
presidente que essa é sua nova posição. “Por favor, façam isso”, dizia o
bilhete. “Ele [Bolsonaro] consegue fazer uma leitura da sociedade que
não conseguimos fazer. Ele tem uma intuição tão grande que a greve dos
caminhoneiros só não eclodiu porque ele soube fazer uma leitura do que
estava acontecendo. Ele chegou lá [presidência] porque tem capacitações.
Ele se manifesta de forma pura. É um homem puro. Sei que muitos não vão
concordar”, afirmou Mattar. Fundador da Localiza e hoje secretário,
Mattar disse ter sofrido “bullying” de amigos empresários quando
desembarcou da candidatura João Amoedo (Novo) e aderiu a Bolsonaro.
“Estava em uma reunião com um grupo forte do PIB de São Paulo e sofri
‘bullying’ porque falei que estava apoiando Bolsonaro. Todo mundo queira
que fosse o [Geraldo] Alckmin”, afirmou. Na avaliação de Mattar, o
presidente montou um ministério formado apenas por nomes técnicos. “Se
fosse outro candidato, como é que seria? Dois ministérios pro PP, um
para o PR, para o MDB.” O ministério atual é composto por três filiados
ao DEM, três ao PSL, um do MDB e outro do Novo. Mattar disse ainda que a
mídia não tem com o presidente da República o mesmo cuidado que tem com
o Ministério da Economia. Para ele, a imprensa tem um comportamento
autêntico e amigável em relação ao ministro Paulo Guedes.
Folhapress
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