Um presidente americano com atitude beligerante e um presidente ucraniano sem diplomacia convulsionam todo o quadro geopolítico. Vilma Gryzinski:
As
cabeças quentes foram intencionais ou fruto do acaso? O confronto entre
Donald Trump e Volodymyr Zelensky permite muitas perguntas. Foi falta
de habilidade, predisposição ao confronto ou vontade de melar tudo?
Quaisquer
que sejam as respostas, vimos ao vivo como o mundo ficou um lugar mais
perigoso. A agressividade mútua de Trump e Zelensky, com o cancelamento
das iniciativas americanas — e, presumidamente, da ajuda militar que
permite à Ucrânia continuar lutando — muda tudo de maneira tão radical
que é difícil até dimensionar quanto.
Quem
ganhou mais? Obviamente, Vladimir Putin. Não existe ajuda de países
europeus que permita à Ucrânia continuar a resistir à invasão russa.
As
manifestações de apoio a Zelensky mostram o tamanho do racha que pode
se estender por toda a Europa. “Caros amigos ucranianos, vocês não estão
sós”, postou o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, falando em
nome de um dos países com mais razões para se sentir ameaçado pelo
expansionismo russo.
Na realidade, lamentavelmente, a Ucrânia está sozinha e os inimigos da liberdade estão em festa.
Faltou
a Zelensky a capacidade de contemporizar e sair de uma situação já ruim
na melhor situação possível? Com toda certeza. Ganhar a discussão nem
sempre significa ganhar o melhor resultado possível.
Mas quem quis jogar tudo para o ar, estando na posição de força, foi Donald Trump.
A
política externa feita com base em declarações incandescentes e dedos
em riste é ruim para todos os envolvidos. Inclusive nós, tão longe desse
conflito terrível, mas, como habitantes do planeta Terra, tão perto do
que pode acontecer quando uma figura sinistra como Vladimir Putin sair
ganhando — e sem ter que levantar um dedo para isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário