São
Paulo, abriga o principal museu de história dedicado à memória política
das resistências e da luta pela democracia no Brasil, que tem como
missão a valorização da cidadania, da pesquisa e da educação a partir de
uma perspectiva plural e diversa sobre o passado, o presente e o
futuro.
O
Memorial da Resistência de São Paulo é um museu da Secretaria da
Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, aberto
em 2009, e fica exatamente no mesmo prédio onde operou entre 1940 e 1983
o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP).
No feriado de 7 de setembro, o museu apresenta a abertura de duas exposições concomitantes: Uma Vertigem Visionária - Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA.
A
mostra argentina é uma itinerância realizada pelo Museu Sítio de
Memória ESMA — Ex-Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio,
em Buenos Aires e explora a história do edifício, desde a ocupação pelas
Forças Armadas durante a última ditadura argentina (1976–1983) até seu
reconhecimento como Patrimônio Imaterial da UNESCO, em 2023. As
violações de direitos humanos cometidas contra mulheres no período
também são revisitadas a partir dos testemunhos das sobreviventes.
Em paralelo, com curadoria do pesquisador e professor Diego Matos, a exposição Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais é
dedicada à memória do projeto homônimo, responsável pela mais ampla
pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil
durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985).
Com
as duas mostras, o Memorial explora as últimas ditaduras brasileira e
argentina ao apresentar diferentes processos de luta e resistência
protagonizados em ambos os países latino-americanos. A partir da
história oral, coloca ambas as exposições em diálogo para a construção
de uma memória coletiva sobre os períodos de repressão.
A abertura contará com a presença de Mayki Gorosito, diretora técnica do Museu Sítio de Memória ESMA, e do curador Diego Matos.
Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida
entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e
produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas
contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a
extensão da repressão política do Brasil no período.
A
história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a
testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos
envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no
anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei
Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e
Luiz Eduardo Greenhalgh.
O
arquivo de 707 processos judiciais expõe os depoimentos de presos
políticos sobre as ações de repressão, vigilância, perseguição e tortura
do aparato estatal. As cópias desse conteúdo, que por anos foram
mantidas em segurança em acervos preservados na Suíça e nos EUA, tiveram
repatriamento e retornaram ao Brasil em 2011, onde atualmente
encontram-se sob salvaguarda do Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp, em
Campinas.
O
projeto teve apoio do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de
São Paulo, com participação de Dom Paulo Evaristo Arns (1921–2016),
arcebispo de São Paulo, e do Rev. James Wright (1927-1999), da Missão
Presbiteriana do Brasil Central.
Além dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais,
a exposição apresenta obras da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda
do Memorial da Resistência, realizadas por ex-presos políticos como
Artur Scavone, Ângela Rocha, Rita Sipahi, Manoel Cyrillo, Sérgio Ferro,
Sérgio Sister e o próprio Alípio Freire, durante a permanência em
presídios de São Paulo na Ditadura.
Também
compõem a mostra obras de arte de artistas como Carmela Gross, Regina
Silveira, Artur Barrio, Antonio Manuel, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e
Carlos Zílio, do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, e obras externas de
Rivane Neuenschwander, Claudio Tozzi, Carlos Zilio. Rafael Pagatini
apresentará uma obra comissionada para a exposição, ocupando um mural de
100m² na área externa do museu.
A
exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios
da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes
violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis.
Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
O
lugar de memória, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada
(ESMA), foi o maior centro clandestino da última ditadura civil-militar
argentina (1976–1983), onde foram detidas ou desaparecidas cerca de 5
mil pessoas, entre militantes políticos, estudantes e artistas.
Com
dois eixos principais divididos em 210m², a exposição apresenta a
história do edifício junto a depoimentos com diferentes histórias de
luta, lançando um olhar sobre o passado e conectando-o ao tempo presente
e as reinvindicações por justiça, verdade e reparação.
O núcleo Patrimonio do Nunca Mais contém um vídeo institucional sobre a ESMA e seis painéis com textos e imagens que abordam a história do edifício. Já Ser mulheres na ESMA aborda as
violências específicas a quais mulheres sofreram durante seus
sequestros e detenções, como a maternidade durante a prisão, a
solidariedade entre as presas e os caminhos adotadas para a recuperação
física e psicológica das vítimas.
Também
compõe o espaço expositivo uma ocupação com fotografias documentais do
acervo Memoria Abierta, aliança de organizações argentinas de direitos
humanos que promove a memória sobre as violações de direitos no passado
recente, ações de resistência e lutas pela verdade e justiça, para
refletir sobre o presente e fortalecer a democracia. A fim de apresentar
ao público brasileiro a memória visual do período, a ocupação traz
registros dos fotógrafos Daniel García, Eduardo Longoni e duas imagens
sem autoria definida.
Além
de reforçar a importância da história oral, a mostra busca valorizar a
preservação e a musealização de lugares de memória difícil - em estreito
diálogo com a exposição temporária dedicada ao projeto Brasil: Nunca Mais.
Sobre o museu
O
Memorial da Resistência de São Paulo é o principal museu de história
dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia
no Brasil, e tem como missão a valorização da cidadania, da pesquisa e
da educação a partir de uma perspectiva plural e diversa sobre o
passado, o presente e o futuro.
Aberto
ao público em 2009, o museu é um lugar de memória dedicado a preserva a
história do prédio onde operou entre 1940 e 1983 o Departamento
Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), uma das polícias
políticas mais truculentas da história do país.
Por
meio de exposições temáticas de grande impacto social, ações
educativas, atividades para pessoas com deficiência e programações
culturais gratuitas, o museu se consolidou como referência em Educação
em Direitos Humanos, promovendo o pensamento crítico e desenvolvendo
atividades sobre Direitos Humanos, Repressão, Resistência e Patrimônio.
Serviço
Largo General Osório, 66
Santa Ifigênia, São Paulo, SP
Telefone: 55 11 3335-5910
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h.
Estacionamento no local pago – Aberto e Coberto
Entrada gratuita
Acesso
Seguro: Há uma conexão direta e segura da Estação da Luz através da
saída Sala São Paulo. O Boulevard João Carlos Martins é uma passagem
coberta que conecta a estação da Luz aos prédios do Memorial da
Resistência, Estação Pinacoteca e Sala São Paulo.
Confira as informações deste diferencial neste post: Memorial da Resistência (@memorialdaresistenciasp) • Fotos e vídeos do Instagram
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