Divertida-Mente 2: por que precisamos olhar para crianças durante a transição da infância para a adolescência?
Filme
mostra a complexidade dessa fase e como ela interfere
significativamente na escola, quando os estudantes transitam tanto dos
Anos Iniciais para os Anos Finais do Ensino Fundamental e depois para o
Ensino Médio;
Entenda os principais desafios e porquê é tão importante o suporte da família, das escolas e de toda comunidade nesta etapa.
Divertida-Mente 2 é
o novo filme da Pixar que já se consagrou como a maior bilheteria do
ano. O longa continua a história da Riley, uma menina que entra para a
adolescência e precisa lidar com novas emoções: ansiedade, tédio, inveja
e vergonha. Enquanto a primeira animação se encerrou com os 12 anos da
protagonista, a segunda trama acompanha sua transição para a puberdade e
a mudança de escola, agora no Ensino Médio (o que se assemelha ao High School americano).
O diretor, Kelsey Mann, inseriu uma cena ilustrando esse momento com um
canteiro de obras acompanhado da placa: “Desculpe o transtorno: a
puberdade é uma bagunça”.
As
emoções associadas à chegada da puberdade geralmente começam quando os
estudantes entram no 6º ano, por volta dos 11 anos. À medida que avançam
para o Ensino Médio, os efeitos da adolescência tornam-se mais
acentuados, como ilustrado no filme. Para amenizar os impactos dessa
transformação, o olhar atento das famílias para essa fase de transição
da infância para a adolescência pode garantir o desenvolvimento integral
desses jovens, especialmente no campo educacional.
É
uma fase de alerta, pois, de acordo com um levantamento do Itaú Social,
apenas 52% dos estudantes têm uma trajetória regular no Ensino
Fundamental, ou seja, sem repetência ou evasão. E, no Ensino Médio,
somente quatro em cada dez concluíram essa etapa no período correto. O
estudo, A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais, elaborado em parceria com o Observatório da Fundação Itaú, acompanhou dados de estudantes nascidos entre 2000 e 2005.
“O
acolhimento dos jovens em transição da infância para a adolescência
deve ser uma preocupação das famílias, das escolas e de toda uma
comunidade. São transformações muito profundas nos quais esses desafios
se misturam às características próprias da criança. Compreender é
fundamental para oferecer o apoio necessário durante essa travessia”,
explica a gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social, Sonia
Dias.
Como apoiar os estudantes que estão na transição da adolescência?
Cenário
- Como mostrado no filme Divertida Mente 2, esses jovens sofrem com as mudanças físicas e psicológicas próprias do fim da infância e da entrada na adolescência;
- O
crescimento varia muito de ritmo entre os adolescentes. Mudanças no
corpo, incluindo na voz, podem acontecer em períodos curtos de tempo ou
mais lentamente, ao longo de vários anos;
- Adolescentes
desejam se sentir pertencentes ao grupo de seus pares. Por mais que
ainda se importem com a opinião de seus responsáveis ou de outros
adultos em sua vida, a pressão dos colegas e amigos ganha cada vez mais
força;
- É
também nesse processo que desenvolvem ainda mais consciência de suas
identidades sociais e de injustiças, como racismo, sexismo, homofobia e
transfobia.
Educação
- Nessa
fase, os alunos precisam se ajustar a um aumento radical no número de
professores, agora especializados, além de uma provável mudança de
escola, com novas regras e normas para absorver;
- Ao
final do Ensino Fundamental, eles também se aproximam de novas
mudanças, em que cada vez mais lhes serão exigidas autonomia e
responsabilidade;
- A
depender do município onde residem, essas mudanças podem implicar, não
somente troca de escola, mas também de rede pública e, frequentemente,
se separam dos amigos que construíram durante seu crescimento;
- Estudo com estudantes do 6º ao 9º ano mostra
que estimular a autoconfiança melhora o desempenho em matemática e
língua portuguesa. Acreditar que é capaz torna o jovem mais positivo,
persistente, menos vulnerável à ansiedade, estresse e depressão;
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