EUA,
Argentina e El Salvador são alguns exemplos. Leis revogadas e eleição
de governos ultraconservadores mostram gravidade da situação e ameaçam
populações sub-representadas
Abril de 2024 - As pautas de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) já estão em discussão há algumas décadas. Alguns avanços já aconteceram, mas estamos vivendo uma era preocupante, na qual os direitos conquistados estão efetivamente em risco. O problema pode prejudicar diversas populações, especialmente em países americanos, como Estados Unidos, Argentina e El Salvador, e influenciar negativamente outras nações.
Estudo recente WBL (Women, Business and the Law), do Banco Mundial, mostra que apenas 14 países do mundo oferecem direitos iguais para homens e mulheres: Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Islândia, Irlanda, Letônia, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha e Suécia. Isso quer dizer que uma esmagadora maioria de nações ainda não avançou na equidade de gênero, o que traz preocupação e dúvidas para o futuro.
No continente americano, Estados Unidos, El Salvador e Argentina são exemplos mais notáveis, em especial pelo momento político. “É importante lembrar que esses governos foram eleitos e são um reflexo do que a sociedade deseja, majoritariamente. Isso indica uma mudança negativa de comportamento cultural e estrutural, que ameaça os direitos básicos de milhares pessoas”, explica a cofundadora e consultora da Integra Diversidade, Keyllen Nieto.
Segundo a especialista, os países mencionados já adotaram políticas neste sentido. “Nos Estados Unidos houve a revogação de ações afirmativas para diversidade racial nas universidades. Em El Salvador, país onde até mesmo o aborto espontâneo é considerado homicídio qualificado, mulheres podem enfrentar até 30 anos de cárcere. Na Argentina, o Ministério das Mulheres, Gênero e Diversidade foi extinto. São retrocessos por todos os cantos”, aponta.
Na pesquisa, o Brasil aparece acima da média global (77,9), com 85 pontos, sendo um local um pouco mais interessado em resolver esse desafio (embora, sabemos, em estágio ainda inicial). “É importante dizer, e reconhecer, que a América Latina e a nação brasileira sempre representaram uma grande força nas discussões sobre o tema. Por isso, não podemos aceitar o que está acontecendo com os nossos vizinhos”.
Cenário global e influência dos Estados Unidos
A especialista destaca que essa movimentação ultraconservadora não é exclusividade da porção sul do continente americano. “A extrema direita, que não é aquela direita racional, com a qual podemos sentar, divergir e discutir caminhos, está renascendo de forma assustadora no mundo, com espaço garantido nos setores públicos, privados e acadêmicos", afirma.
Para Nieto, a presença dessa massa radical em diversos espaços inspira o posicionamento público desses grupos também no Brasil e em toda América Latina. “É um comportamento perigoso para a maioria das populações em todos os países”, comenta. Porém, destaca que muitas das pessoas que defendem essas ideias pertencem a elites que estão focadas na manutenção de privilégios.
“As ditas ‘elites’ latinas estão importando ao pé da letra uma guerra contra a diversidade, equidade e inclusão sem entender os cenários que temos por aqui. Nos Estados Unidos, 13% da população é negra e 20% latina, ou seja, a maioria realmente é branca e as dinâmicas étnico-raciais têm um histórico e um contexto socioeconômico próprios. Sabemos que aqui no Brasil e na América Latina como um todo, a realidade e a história não são as mesmas”, diz.
Apesar de todo esse cenário negativo, a especialista traz um olhar de otimismo. “Estamos avançando e criando nossos próprios mecanismos, sob um olhar cada vez mais empoderado. Por um lado, isso ajuda a ampliar discussões importantes para o reconhecimento das injustiças e o papel de cada pessoa no combate a esse problema. Do outro, estamos criando abordagens, análises e soluções próprias, que condizem com as particularidades de cada região, o que aumenta a efetividade. Não podemos aceitar ameaças aos nossos avanços em inclusão equitativa das diversidades baseadas em ideologias excludentes disfarçadas de ‘meritocracia’, e nem em realidades e históricos muito diferentes dos nossos”, conclui.
Sobre a Integra Diversidade
Formada por mulheres representativas de perfis e competências diferentes e complementares, a consultoria atua para diagnosticar, ampliar e manter a Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) das organizações parceiras, contribuindo para criar uma cultura humanizada e acolhedora das diferenças.Com atuação global, seu objetivo é possibilitar que as empresas criem oportunidades e condições para que perfis diversos façam, verdadeiramente, parte do time, criando um universo plural de pessoas colaboradoras.
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