sábado, 29 de abril de 2023

Folha mostra como o governo Lula facilitou a invasão do dia 8 para obter apoio político

 



Manifestantes contra Lula invadem Congresso, Planalto e STF em Brasília

Governo Lula foi conivente com a invasão dos Três Poderes

Carlos Newton

Caramba, amigos! A que ponto de insanidade política chegamos… Quem poderia imaginar que a concretização do gravíssimo atentado contra os três Poderes, no dia 8 de janeiro, tivesse sido facilitada pelo próprio governo Lula da Silva? É algo inconcebível, inaceitável e intolerável. Mas o fato concreto é que, desde o dia 6 de janeiro, foram alertadas insistentemente todas as instituições federais que pudessem intervir e evitar as invasões. E nada fizeram.

Como se estivessem em conluio ou complô, esses órgãos federais simplesmente ignoraram os repetitivos informes que lhes foram enviados a partir de 6 de janeiro pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que encaminhou também esses alertas às forças de segurança do Distrito Federal, mas estranhamente também decidiram desprezar esses avisos.

ABIN NÃO SE OMITIU – É importantíssima a matéria de Thaísa Oliveira e Cézar Feitoza, publicada na Folha desta sexta-feira, dia 28, comprovando em documentos oficiais que a Abin, mesmo ainda integrada por servidores do governo Bolsonaro, cumpriu rigorosamente seu dever, tendo enviado insistentes alertas ao general Gonçalves Dias, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e ao Ministério da Justiça, já sob o comando de Flávio Dino, sobre os riscos de ações violentas e invasão a prédios públicos nos atos que ocorreriam dois dias depois, em 8 de janeiro.

Os documentos provam que desde o dia 6 de janeiro a Abin já vinha relatando a esses órgãos federais o agravamento da situação, com novas manifestações contra a eleição de Lula em rodovias e capitais, assim como a chegada de centenas de ônibus a Brasília.

Recebiam os informes o Centro de Inteligência do Exército, o Centro de Inteligência da Marinha, Assessoria de Inteligência de Defesa do Ministério da Defesa, a Diretoria de Inteligência do Ministério da Justiça, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o Ministério da Infraestrutura e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

TODOS FORAM AVISADOS… – A partir do dia 6, também foram incluídos nos informes da Abin o Gabinete de Segurança Institucional, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e órgãos do Distrito Federal — Polícia Militar, Polícia Civil e Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. Ou seja, todos sabiam e se omitiram.

Esses documentos que comprovam a cumplicidade e leniência do governo federal (Lula da SIlva) e do governo de Brasília (Ibaneis Rocha) foram enviados pela Abin à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional no dia 20 de janeiro. E até agora estavam lá, dormindo em berço esplêndido e mantidos em sigilo.

Além do GSI, com avisos pessoais por celular ao então ministro Gonçalves Dias, outros 13 órgãos receberam os comunicados, incluindo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, aponta o material encaminhado ao Congresso, segundo a Folha.

ALERTAS SOBRE VIOLÊNCIA – No Ministério da Justiça, de acordo com os documentos da Abin, quem recebeu informes ao menos desde o dia 2 de janeiro foi a Diretoria de Inteligência. A partir do dia 6, a PF e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) também começaram a ser atualizadas, já com menção à possibilidade de violência nos atos.

Procurados, o GSI e a Justiça negaram ter recebido os comunicados. A defesa de Gonçalves Dias — o ministro pediu demissão no último dia 19 — disse que não iria se manifestar.

Mas a primeira mensagem, enviada pela Abin às 19h40 do dia 6, já dizia que havia o risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades, a intenção de invadir o Congresso e o deslocamento de pessoas potencialmente armadas.

LINGUAGEM CLARA – “A perspectiva de adesão às manifestações contra o resultado da eleição convocadas para Brasília para os dias 7, 8 e 9 jan. 2023 permanece baixa. Contudo, há risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades”, dizia a mensagem do dia 6, enviada a GDias —como o ex-ministro é conhecido — e também ao Ministério da Justiça.

No entanto, em depoimento à PF, o general GDias negou que tivesse recebido informes da Abin, alegando que só soube dos alertas quando reuniu as informações para responder os questionamentos do Congresso. Ou seja, mentiu descaradamente, porque os informes eram enviados também a ele, diretamente, por celular.

O ministro da Justiça também negou. Em entrevista ao site Metrópoles, Flávio Dino reforçou que não recebeu nenhum alerta e alegou que isso possivelmente ocorreu pelo fato de os informes estarem sendo feitos pelo WhatsApp. Quer dizer, com toda certeza Dino também mentiu. Hoje, tudo é feito pelo WhatsApp. Ou seja, o ministro recebeu insistentes alertas da Abin e não se interessou em lê-los?

CONLUIO OU COMPLÔ?  – Em tradução simultânea, fica claro que houve um conluio ou um complô para facilitar a agressão aos Três Poderes. A estratégia é clara. Ao invés de reprimir, as autoridades serviram de escolta aos fanáticos bolsonaristas, com batedores e tudo o mais.

Apesar dos informes da Abin, não houve reforço policial de espécie alguma, a própria Guarda Presidencial que protege o Planalto ficou praticamente desmobilizada, embora fosse sabido que haviam chegado a Brasília centenas de ônibus de bolsonaristas.

Os alertas da Abin foram desprezados e aconteceu o inimaginável. Ao invés de aumentar a segurança do Planalto, as portas internas do palácio estavam até abertas, para facilitar o vandalismo. Esta é a narrativa real dos acontecimentos.

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