domingo, 30 de abril de 2023
Os americanos não querem, mas Biden vai ser candidato mesmo assim.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
A rejeição é estratosférica: 70% do eleitorado. O motivo é o mesmo: idade. E o presidente só não está pior porque situação de Trump é nebulosa. Vilma Gryzinski:
Convite para Lula discursar no 25 de Abril não foi ideia inteligente
BLOG ORLANDO TAMBOI
A cerimônia sempre foi instrumentalizada pelo sectarismo político mais primário. João Pereira Coutinho para a Folha de São Paulo:
Universitários progressistas concordam, sem saber, com frases de Hitler.
BLOG ORLANDO TMBOSI
Pesquisadores norte-americanos compararam as respostas de estudantes a frases do ditador Hitler. Eli Vieira para a Gazeta do Povo:
PL 2630/20, a legalização da censura
Nota: O Brasil 247 é um site de esquerda, de extrema-esquerda, posto que esse site quando se refere à direita usa, sempre, "extrema-direita". Pois até esse site de jornalismo esquerdista reconhece que o PL 2630/20 "altera as condições de funcionamento da ordem informativa, fundamento do regime democrático".
***
Entre todas as facetas polêmicas e ameaças existenciais presentes no projeto de lei 2630, o imprecisamente chamado PL das Fake News, a mais amplamente questionável é a aprovação de sua urgência pelo plenário da Câmara dos Deputados.
De fato, a urgência passou sem que a sociedade soubesse de seu teor. No pedido alegou-se que o projeto vinha tramitando havia mais de três anos nas duas casas legislativas, Senado e Câmara.
O fato, porém, é que o substitutivo apresentado pelo relator, Orlando Silva, permaneceu secreto até o dia da votação da urgência.
O expediente do sigilo em torno do projeto sugere uma estratégia questionável, ainda mais partindo de um parlamentar colocado à esquerda do espectro político. O que há no substituto que justificasse o mistério?
O segredo do projeto foi rompido somente na iminência da votação de urgência. É legítimo supor que até mesmo muitos dos parlamentares tenham votado sem conhecimento da proposição e de suas implicações.
Muitos detalhes fulcrais da proposta, na verdade, só estão sendo esmiuçados agora, em meio a uma avalanche de avaliações muitas vezes opostas.
Além do segredo com que foi conduzida, a aprovação da urgência implica que o projeto não será examinado nas comissões da Câmara, onde geralmente a sociedade e seus representantes têm a oportunidade de realizar um escrutínio mais cerrado da proposta. Abre-se a oportunidade de examinar as repercussões da propositura, observando seus detalhes com transparência, permitindo a expressão dos interessados, submetendo a exame mais minucioso suas fragilidades e melhoramentos.
O projeto 2630/20 altera profundamente as condições de funcionamento do ambiente democrático no país. Ao pretender regrar as plataformas, ele faz muito mais do que isso. Ele altera as condições de funcionamento da ordem informativa, fundamento do regime democrático.
Põe em questão as condições de existência de uma miríade de participantes, inclusive este Brasil247, que vêm ocupando espaços graças a novas ferramentas de exercício do jornalismo e questionando a hierarquia injusta que historicamente prevaleceu no país. Nesse processo forjou-se um ambiente de competição entre diversos enfoques opostos. É essa competição arejada que o projeto vem ameaçar, em seu trâmite acelerado, ameaçando repor, em seu lugar, o império do discurso único dos meios tradicionais, hoje em patente decadência.
* Publicado em: 30 de abril de 2023, 05:32
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Mulher morre após contrair doença transmitida por pombos em Feira de Santana
BAHIA NOTICIAS
Por Redação
Uma mulher moradora do distrito de Tiquaruçu, zona rural de Feira de Santana, morreu após ser internada no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) por complicações da doença transmitida por pombos. Segundo o Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, a doença causou Insuficiência Respiratória Aguda, Choque séptico, Sepse, Meningite e Hipertensão Arterial.
Em entrevista ao portal, o marido da vítima, Reginaldo de Jesus Santos,
contou como o caso foi se agravando até levar o obito de Nádia Santos da
Bôa Morte, de 55 anos.
“No início, os sintomas eram dores de cabeça fortes. Levamos ela na Upa
umas quatro vezes, aí na quarta vez conseguimos a regulação para o
Clériston Andrade. Lá ao fazer os exames, eles tiraram um líquido da
coluna e constataram que foi uma bactéria que se alojou no cérebro,
transmitida pelas fezes do pombo”, contou.
As dores de cabeça que Nádia sentia eram constantes e começaram no final de setembro de 2022. “Às vezes ela gritava colocando a mão na cabeça, gritando de dor. Ela tomava vários medicamentos, chegou a tomar até morfina”, disse.
Reginaldo relatou que quando sua esposa foi à Upa, apresentando o
sintoma de dores de cabeça, os médicos falaram que era uma enxaqueca.
“Na UPA os médicos diziam que era uma enxaqueca e ela só tomava remédio
para enxaqueca e a dor não passava. Ao ser regulada para o Clériston ela
ficou na UTI por uma semana, teve uma melhora, retornou para a
enfermaria, aí de novo piorou e retornou para a UTI. Mas após alguns
dias ela faleceu, foi no dia 2 de novembro de 2022”, relembrou o marido
de Nádia. Confira a entrevista completa no Acorda Cidade.
Queda de hidroavião mata duas pessoas neste domingo; outras duas estão desaparecidas
Por Redação
A queda de um hidroavião causou a morte de duas pessoas durante a tarde deste domingo (30), em uma represa em Bragança Paulista. Além das vítimas fatais, outras duas pessoas estão desaparecidas. Equipes dos Bombeiros estão no local em busca dos desaparecidos.
A Polícia Militar informou que a aeronave transportava quatro pessoas e equipes do Corpo de Bombeiros e da PM já estão no local para realizar os atendimentos.
De acordo com informações do g1, o acidente aconteceu por volta das 14h10 da tarde deste domingo, em uma região isolada.
Projeto de lei sobre as Fake News traz enorme risco à democracia, diz Moro
Victor Correia
Correio Braziliense
O senador Sergio Moro (União-PR) criticou, neste sábado (29/4), as mudanças no Projeto de Lei (PL) das Fake News feitas pelo relator da matéria, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). Para Moro, com o texto, “o risco à democracia é enorme”, especialmente pela alteração feita sobre a criação de uma agência reguladora.
“Na última versão do PL das Fake News/censura, foi substituída a ‘entidade autônoma de supervisão’ por um sujeito oculto e indefinido, ambos a serem definidos pelo governo e com a finalidade de decidir o que é verdade ou mentira nas redes sociais”, escreveu o parlamentar em sua conta no Twitter.
“O risco à democracia é enorme. Defender regulação é uma coisa, dar uma carta em branco ao governo é outra”, acrescentou Moro.
O deputado Orlando Silva apresentou seu parecer na última quinta-feira (27/4), retirando pontos polêmicos do texto inicial. O mais polêmico previa a criação de uma nova agência reguladora para fiscalizar as plataformas. Após as críticas, porém, o relator removeu o trecho.
Polêmica desnecessária com Agrishow é mais uma “trombada de” Lula com o agronegócio
Sérgio Quintella
Veja
O Banco do Brasil (BB) pretende retirar o patrocínio à Agrishow, a maior feira agropecuária do país, que ocorre em Ribeirão Preto (SP), depois de a organização do evento “desconvidar” o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para a abertura das exposições, no dia 1° de maio, data em que o ex-presidente Jair Bolsonaro estará por lá, para onde viajou neste domingo.
Ao menos dois ministros defenderam o cancelamento do patrocínio. “Se a Agrishow não quer o governo federal no evento, não sei se o Banco do Brasil e o governo deveriam continuar patrocinando o evento “, publicou o ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) em suas redes sociais.
CANCELAMENTO – O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, também pediu o cancelamento do patrocínio. “Descortesia e mudança de caráter de um evento institucional de promoção do agronegócio para um evento de características políticas e ideológicas. Ou é uma feira de negócios plural e apartidária ou não pode ter patrocínio público”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.
A presidente do BB, Tarciana Medeiros, não vai mais participar de uma palestra prevista, mas a instituição financeira manterá os estandes que já foram instalados na feira. No site da Agrishow, os patrocínios do banco e do governo federal ainda são mantidos em destaque.
O desconforto com a Agrishow não é a primeira trombada da gestão Lula com o agronegócio, um setor que apoiou fortemente Bolsonaro na eleição presidencial.
INVASÕES DO MST – Um dos pontos mais tensos na relação tem sido a escalada de invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que tem um longo histórico de proximidade com Lula.
A atuação do movimento tem sido criticada até por membros do governo, que tentam evitar o acirramento da crise com um setor estratégico para a gestão. Um problema, por exemplo, foi a abertura pela Câmara na semana passada de uma CPI para investigar o MST. O próprio ministro da Agricultura, aliás, foi alvo de críticas no PT por comparar as invasões aos ataques à democracia em 8 de janeiro.
Também neste início do terceiro mandato, o Ibama provocou polêmica com pecuaristas dos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso ao iniciar uma ofensiva para retirar milhares de cabeças de gado que estão em áreas embargadas da Amazônia.
DIZ O IBAMA – O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse a Veja que não acha que a medida irá piorar a relação com o governo. “A maior parte do agronegócio brasileiro tem uma grande preocupação com o tema da sustentabilidade e quer estar dentro da lei. O Ibama não tem absolutamente nada contra o agro”, disse — leia a entrevista aqui.
Por fim, a visita de Bolsonaro à Agrishow marca o reaparecimento do ex-presidente em um grande evento público desde o seu retorno dos Estados Unidos, em 30 de março. Será também a primeira agenda dele com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi eleito com o apoio do bolsonarismo e participará com Bolsonaro da abertura da Agrishow.
Presidente do Republicanos age para conter rebelião e diz que bancada votará contra PL das fake news
POLITICA LIVRE
O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, anunciou neste sábado, 29, que a bancada do partido na Câmara votará contra o projeto de lei das fake news. O movimento de Pereira, que é vice-presidente da Câmara, ocorre para conter uma crise na legenda – após a maioria da bancada ter votado a favor da tramitação do texto em regime de urgência – e cria dificuldades para o Palácio do Planalto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com a aprovação do projeto na próxima terça-feira, 2. A proposta estabelece a regulação das plataformas digitais e obrigações aos provedores de redes sociais, mas sofre forte oposição das chamadas big techs, como Google e Tik Tok, e também do segmento evangélico.
O Republicanos tem ligações com a Igreja Universal do Reino de Deus e muitos de seus parlamentares são evangélicos. O partido também abriga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visto como possível candidato à sucessão de Lula, em 2026, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fique inelegível.
Cabo de guerra
Na prática, a votação do projeto de lei das fake news virou um cabo de
guerra entre aliados do governo e oposição. O argumento oficial para que
evangélicos sejam contra a proposta é o de que há ali “censura” à
liberdade religiosa.
Nos últimos dias, o deputado Orlando Silva (PC do B-SP), relator do projeto, fez várias mudanças no texto, na tentativa de conter resistências. Incluiu, por exemplo, um trecho segundo o qual a lei deve observar “o livre exercício da expressão e dos cultos religiosos (…) e a exposição plena dos seus dogmas e livros sagrados”. Além disso, retirou da proposta a criação de uma agência reguladora de supervisão das plataformas digitais, batizado ironicamente pela oposição de “Ministério da Verdade”.
Mesmo assim, a cúpula do Republicanos – que apoiou a reeleição de Bolsonaro, no ano passado – considerou as mudanças insuficientes. Nos bastidores, o partido negocia com o Planalto apoio a um projeto que amplia a isenção de impostos para igrejas.
“A decisão do Republicanos é votar não ao projeto das fake news”, afirmou Marcos Pereira, que também é bispo licenciado da Universal. “Tem de ter, sim, uma regulamentação sobre o assunto (fake news nas redes sociais), mas não esta que está sendo proposta no momento. O texto continua ruim”.
Centrão
Com uma bancada de 42 deputados, o partido sempre compôs o núcleo duro
do Centrão com o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o PL de
Bolsonaro. Recentemente, porém, formou um bloco de 142 parlamentares
com siglas como MDB e PSD, cada uma delas com três ministérios no
governo. Pereira é pré-candidato ao comando da Câmara, em 2025.
A articulação do Republicanos fez Lira montar um grupo ainda maior – o chamado “blocão”, com 174 deputados –, isolando o PT de Lula e o PL de Bolsonaro.
Agora, seis deputados dissidentes do União Brasil, partido que integra o “blocão” de Lira, querem migrar para o Republicanos. No grupo está a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que é deputada licenciada e também entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se desfiliar do União Brasil sem perder o mandato.
Daniela pretende se filiar ao Republicanos, que, nesse caso, poderá fazer parte da base aliada de Lula no Congresso. Atualmente, o partido se declara independente em relação ao Planalto.
Filiada ao Republicanos, a senadora Damares Alves (DF), disse não entender a urgência para votar o projeto das fake news.
“Acho estranha a pressa. Será que querem nos calar durante a CPMI?”, perguntou ela, numa referência à Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar os ataques de 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes.
Ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro, Damares defendeu mais tempo para a apreciação do projeto, alegando que o tema é delicado. “De 2019 para cá, eu tenho sido uma das maiores vítimas do ódio e das ameaças nas redes sociais, mas não posso deixar que a minha dor seja maior que a coerência. Nós temos liberdades e conquistas que precisam ser respeitadas”, afirmou a senadora.
Na avaliação da senadora, as plataformas digitais estão dispostas a colaborar. “Se temos dúvida de que o efeito (do projeto de lei) não é o que esperamos, é melhor recuar e estudar mais o tema. Isso não quer dizer que a gente não terá, num outro momento, que melhorar o que está acontecendo nas redes”, argumentou.
Vera Rosa/Estadão ConteúdoLula escala Rui Costa para dizer “não” a Janja, diz site
O presidente Lula delegou ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, a função mais espinhosa no governo: dizer não à primeira-dama Janja. A informação é do blog Radar, da Veja.
“Não é nada fácil”, disse um ministro à publicação. Presente em viagens oficiais e reuniões de trabalho, a primeira-dama tem dividido os holofotes com o presidente, o que provoca críticas até mesmo de petistas que despacham no Planalto.
Arcabouço destoa de 70% dos países com regra fiscal ao não exigir contrapartidas de ajuste
POLTICA LIVRE
Cerca de 70% dos países que têm regras fiscais possuem alguma lei ou norma que obriga a adoção de medidas de correção em caso de descumprimento dos critérios estabelecidos. De acordo com um levantamento publicado no ano passado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) a partir de dados de 2021, eram ao menos 72 países de um total de 104.
Atualmente, o Brasil integra o grupo da maioria por causa da regra do teto de gastos -que impede o crescimento real das despesas federais. O país também se destaca por estar entre os poucos que colocaram a regra na Constituição, ao lado de economias como a da Dinamarca.
O mundo passou ao longo dos últimos anos pela tendência de fortalecer institucionalmente o controle das contas públicas, diz o FMI. Mais de 40% das regras que buscam o equilíbrio orçamentário agora são apoiadas por leis de responsabilidade fiscal ou normas que especificam metas numéricas e requisitos de procedimento e transparência -o dobro em relação ao início da década de 2010.
A proposta do governo para uma nova regra fiscal no Brasil, enviada ao Congresso neste mês, vai na contramão dessa tendência. Não exige contrapartidas rígidas para correção da rota e flexibiliza a aplicação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Se os parlamentares confirmarem a proposta, o Brasil passará a ocupar lugar no grupo de países menos exigentes, que é menor a cada ano.
O documento do FMI, intitulado “Regras e Conselhos Fiscais – Tendências Recentes e Desempenho durante a Pandemia de Covid-19”, avalia a flexibilização dos arcabouços fiscais durante a crise sanitária. Identifica, por exemplo, que dois terços das regras fiscais já tinham uma cláusula de escape para suspender as exigências em situações extraordinárias.
A introdução do estudo, no entanto, traz um balanço global da evolução das regras. No início dos anos 1990, destaca, apenas dez países tinham regras fiscais. O trabalho também cita o crescimento das normas detalhando ações para recuperar o rumo após um desvio.
Os especialistas afirmam que as sanções nem sempre precisam ser aplicadas, mas a sua simples existência faz valer um princípio da regra fiscal: provocar a discussão sobre o equilíbrio do Orçamento.
A regra dos Estados Unidos é um exemplo. Determina limite para a dívida, o que fixa o valor máximo que o governo pode pegar emprestado para cumprir obrigações. O Executivo não tem autonomia para mudar o teto. Cabe ao Legislativo autorizar a elevação do limite, sob pena de ocorrer shutdown (paralisação) da máquina pública.
O mecanismo obriga a negociação entre os Poderes. As tratativas já chegaram às vésperas do limite do prazo, mas nunca ocorreu uma suspensão que de fato parasse tudo.
Boa parte dos países segue regras fiscais supranacionais, adotadas por blocos de integração. Esse é o caso dos países da União Europeia.
A integração incentiva o rigor fiscal no continente desde a
assinatura do Tratado de Maastricht, em 1992. O acordo estabeleceu
critérios de
dívida e déficit primário para países interessados em participar na união econômica e monetária.
Em caso de descumprimento, o país membro precisa apresentar um plano de correção de rota, para ser aplicado em um período de até 20 anos, para o Ecofin (Conselho de Assuntos Econômicos e Financeiros). O organismo reúne ministros da Economia e das Finanças de todos os estados membros.
Nunca um plano foi rejeitado, mas a norma prevê que, se a proposta não tiver aval do Ecofin, o país membro pode sofrer penalidades, como suspensão de repasses ou até pagamento de multas.
O pacto fiscal de 2012 no bloco apertou as exigências para evitar déficits fiscais excessivos, o que levou a um fortalecimento de instrumentos locais. A Áustria, por exemplo, deu mais força ao seu tribunal de contas e adotou sanções em caso de descumprimento. A Polônia estabeleceu gatilhos preventivos, que são acionados à medida que a dívida se aproxima do limite fixado.
A exigência de contrapartidas ainda é fraca na América Latina de maneira geral.
Isso é demonstrado em outro documento sobre o tema, a Pesquisa sobre Práticas e Procedimentos Orçamentários. O levantamento foi realizado em 2018 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que concentra países mais ricos) e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento, que atua na região).
Foram entrevistados funcionários de alto escalão dos governos de 11 países da América Latina e Caribe e de 34 integrantes da OCDE.
Na OCDE, nove países exigiam a adoção de medidas corretivas quando a regra fosse descumprida. Na América Latina, quatro, entre eles, o Brasil (por causa do teto).
Entre os países destacados pelo BID por causa do esforço em buscar contrapartidas fiscais está a Costa Rica. A Controladoria-Geral da República não aprova o orçamento de nenhuma instituição pública se não tiver passado pela revisão da Autoridade Orçamentária. Esse organismo que faz parte do Ministério das Finanças tem o dever de verificar o cumprimento da regra fiscal para cada ministério e instituição do setor público.
Em nota técnica divulgada na quinta-feira (27), a Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados avaliou os critérios do PLP 93/23, como se chama o projeto de lei complementar apresentado pelo governo com o modelo da nova regra sugerida. A proposta admite resultado primário abaixo do limite inferior de tolerância da meta do ano e apresenta uma negação expressa de responsabilização pelo seu descumprimento.
A avaliação dos técnicos é a mesma dos analistas de mercado financeiro: sem compromisso firme com resultados primários positivos, a sustentabilidade da dívida não está garantida.
O proposta também desconsidera itens da Lei de Responsabilidade Fiscal. Essa norma, vigente desde 2000, determina que as LDOs (leis de diretrizes orçamentárias) estabeleçam metas de resultado primário ou nominal e que, bimestralmente, sejam divulgadas avaliações das condições para cumprimento da meta, prevendo a adoção obrigatória de limitações orçamentárias e financeiras (contingenciamento) caso haja risco de descumprimento.
O PLP torna o contingenciamento ao longo do ano facultativo, mesmo caso verificado o risco de um possível descumprimento da meta ao fim do ano.
Em caso de efetivo descumprimento, o arcabouço prevê um crescimento menor das despesas (que continuam, no entanto, avançando em níveis reais). Além disso, determina nesse caso que o presidente da República encaminhe uma mensagem ao Congresso apresentando as razões do descumprimento e as medidas de correção. Porém, a efetiva aplicação dessas iniciativas não é obrigatória.
EXEMPLOS DE CONTRAPARTIDAS FISCAIS
UNIÃO EUROPEIA: países membros que descumprirem metas do bloco precisam apresentar plano de recuperação ao conselho de ministros de Economia; em caso de não aprovação, pode haver perda de repasses e pagamento de multas
EUA: Executivo precisa negociar com Legislativo para ter limite da dívida elevado e evitar parada da máquina pública POLÔNIA: tem sistema de gatilhos que restringe o Orçamento em caso de não cumprimento das metas, um modelo similar ao teto brasileiro
COSTA RICA: Autoridade Orçamentária monitora gastos de estatais e ministérios, que podem ter repasses limitados em caso de despesa excessiva
Alexa Salomão/FolhapressTarcísio, em evento do agro, fala em cadeia e intransigência com invasores de terra
POLITICA LIVRE
Governadores de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram fortemente as recentes invasões de terra no país, inclusive com ameaça de prisão aos autores.
As declarações foram feitas neste sábado (29) em Uberaba (MG), na abertura da Expozebu, principal feira de gado zebuíno do mundo, que contou com as presenças dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Os três, além de Gabriel Garcia Cid, presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), organizadora do evento, pregaram o direito à propriedade e que haja segurança jurídica no campo.
Tarcísio afirmou que não se pode aceitar a narrativa de que o agro não é sustentável e disse que é intransigente “com à violação ao direito de propriedade”.
“Não vamos transigir. Nós seremos duros para garantir o direito de propriedade. E aqueles que tentaram transigir no estado de São Paulo estão presos nesse momento. E quem tentar vai ter o mesmo destino, a cadeia.”
Gabriel Garcia Cid afirmou que, diante do cenário, que se vive hoje no país, “há uma urgente necessidade” de união do setor pecuário.
“Os nossos posicionamentos são firmes na defesa dos produtores, das suas pautas, no direito à propriedade e na busca de soluções para as questões que afligem quem produz e paralisam a economia. A nossa bandeira é por respeito, paz e segurança no campo, que são valores que nós não abrimos mão”, disse.
A sua fala foi encerrada com a afirmação de que só haverá ordem e progresso no país se houver paz no campo.
Caiado, num discurso de 12 minutos, afirmou que preocupa, ainda hoje, ter de discutir no país o direito à propriedade, que avalia ser uma garantia da Constituição de 1988.
“Não se deve discutir mais. Em Goiás eu deixei claro a todas as minhas forças de segurança: todos os meses em Goiás são verde e amarelo, não tem mês vermelho no meu estado de Goiás e não aceito invasão de propriedade rural.”
Autor do discurso final da abertura da exposição no Triângulo Mineiro, o governador de Minas Gerais disse que há invasões de terra no estado, mas que são desfeitas rapidamente.
“Entram uma ou duas pessoas e já são retiradas imediatamente. Porque o problema é quando você tem dezenas, centenas de pessoas. Então a nossa Polícia Militar está atenta e o homem do campo aqui vai ficar aplicando seu tempo para produzir e não para vigiar a propriedade”, disse Zema.
As declarações ocorrem em contexto de crescentes críticas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em virtude de ações pelo país nas últimas semanas. No Congresso, a Câmara decidiu instaurar uma CPI para investigar o movimento, que é aliado do presidente Lula.
AFAGOS
Os três governadores presentes, que foram saudados pela prefeita de Uberaba, Elisa Araújo (Solidariedade), como “futuros presidentes do país”, trocaram afagos durante todo o evento.
Enquanto Caiado disse que “São Paulo está de parabéns”, Tarcísio afirmou que Caiado e Zema “herdaram estados quebrados” e que “Goiás e Minas estão muito bem servidos”. Os três foram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito de 2022.
Zema disse que está investindo em rodovias, mas que “talvez não consiga o padrão Tarcísio” e que sabe que o governador paulista “é apreciador dessa carne que quase desmancha na boca”, em relação à produção de qualidade do rebanho bovino.
De manhã, antes de se deslocarem para o Parque Fernando Costa, onde é realizada a Expozebu, os governadores tomaram café da manhã juntos no hotel Havana 2, onde, ao lado de outros políticos e assessores, falaram sobre investimentos em ferrovias e citaram políticas desenvolvidas a partir do governo de Michel Temer (MDB).
Após a abertura, os três caminharam pela feira gastronômica da Expozebu, onde experimentaram café, cachaça e doce de leite comercializados por produtores de Uberaba e cidades da região.
A exposição chega à sua 88ª edição com a expectativa de alcançar R$ 350 milhões em negócios e receber 430 mil visitantes até o dia 7 de maio.
Marcelo Toledo/Folhapress