Tô fazendo freela de foto em um buffet infantil. Eis que escuto essa conversa entre dois meninos (acho que) de 6 anos:
- Você conhece o Dudu (aniversariante) de onde?
- Não conheço, minha mãe trabalha aqui e ela me traz em todas as festas.
- Que legal! Mas seu pai deixa você vir todo dia?
- Meu pai trabalha entregando pizzas na pizzaria, à noite. Aí, ele não pode ficar comigo.
- Você gosta mais do trabalho do seu pai ou da sua mãe?
- Ah, não sei, porque meu pai ganha pizza de graça e eu como. É muito legal.
- Noooooossa, eu queria comer pizza todo dia. Meu pai é médico de pessoas e minha mãe é médica de dente. Muito chato.
- Chato mesmo, mas você pode ir na minha casa comer pizza, se quiser.
- Eu quero.
- Se você quiser, leva um currículo do seu pai, eu peço para o meu pai entregar para o chefe dele lá na pizzaria. Ele fez isso pro meu tio.
- O que é currículo?
- É um papel de perdir emprego.
- Tá, vou falar pra ele.
Nenhuma criança nasce preconceituosa, arrogante ou elitista. Elas se tornam.”
* Reproduzido da página do jornalista Ricardo Amorim no Facebook
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