O
desafio educacional perpassa diversas frentes de aprendizagem. A forma
como a retomada das aulas no modelo presencial aconteceu em 2022
reforçou discussões sobre déficit de aprendizagem, desigualdades e
habilidades que vão além das competências cognitivas. Buscando
instrumentalizar os professores para personalizar o ensino na educação
básica dentro do contexto individual de cada aluno, a Motrix, startup
brasileira de tecnologia, neurociência e educação, desenvolveu uma
metodologia com parcerias internacionais e pesquisas científicas para
atender as demandas geradas nesse cenário.
A
psiquiatra e pesquisadora chefe da startup, Natália Mota, explica como a
Teoria dos Grafos, base de sua pesquisa em neurociência que completa 10
anos de execução, chegou ao modelo de metodologia para as escolas. “O
objetivo do trabalho que estamos realizando é mensurar o desempenho dos
alunos por meio da fala e da leitura, identificando o nível de
aprendizado de alfabetização e letramento, prevendo ainda o desempenho
de turmas ao final de um ciclo escolar e até mesmo para o futuro
acadêmico”, destaca a pesquisadora. “Quando o professor, diretor e
gestor escolar consegue entender como funciona a mente de cada
estudante, o que mais prende sua atenção e como tem sido o seu
aprendizado a partir da análise da fala e leitura, conseguimos
personalizar esse ensino para termos um aproveitamento máximo do
potencial de cada aluno”, complementa.
Teoria dos Grafos: A
neurocientista deu início a essa linha de pesquisa em Natal (RN) ao
notar que algumas crianças tinham frases estruturadas como se fossem
“pequenos adultos”, enquanto outras tinham dificuldades em organizar
ideias e falas. “A forma de perceber isso é muito natural, a partir de
algo que fazemos desde muito cedo: contar estórias. Mostrávamos imagens e
as crianças contavam algo a partir do que viam. Notamos que as mesmas
características que aparecem quando a pessoa está em fase de adoecimento
mental – por exemplo, a baixa sociabilidade – são desenvolvidas durante
a infância, no processo de alfabetização. Mas não nos restringimos a
isso: com base nessa pesquisa, foi possível entender meios de aprimorar a
fluência na língua-mãe e até mesmo dar mais amparo para um futuro
acadêmico”, ressalta.
O
trabalho realizado pela Motrix vem impactando instituições de ensino
que estão passando por essa fase de experimentação da metodologia antes
de ela ser disponibilizada no mercado. “A Motrix tem a missão de tornar
real a neurociência para a educação brasileira. Sou psiquiatra de
formação e, há mais de 10 anos, quando estava na residência, iniciei
esse projeto de análise de fala por meio da Teoria dos Grafos.
Percebemos que a avaliação em saúde mental ganhava muito adicionando
precisão em avaliações que antes eram puramente subjetivas. Uma das
vantagens é poder fazer um paralelo de um comportamento humano tão
complexo como linguagem e o desenvolvimento cognitivo das pessoas”,
pontua Mota.
Atualmente,
a metodologia está em fase de testes em escolas no interior de São
Paulo a fim de consolidar a melhor solução para ser aplicada nas
escolas. “Nós não queremos propor apenas uma nova metodologia para as
escolas, mas sim produzir ciência para a educação, e é o que estamos
fazendo”, reforça a pesquisadora.
Tema em palestra – A neurociência para a educação foi tema da palestra apresentada no BrainSpace durante a Rio2C,
maior evento de criatividade da América Latina que aconteceu entre 26
de abril e 01º de maio. O encontro propôs debates sobre tendências,
tecnologias e inovações em diferentes setores. O painel “Wearable tech:
neurociência para educação” trouxe a psiquiatra Natália Mota, professora
da UFRJ e pesquisadora-chefe da Motrix, para discutir a Teoria dos
Grafos, além de Ricardo Schneider, Chief Scientific Officer da Square
Knowledge Ventures, e da neurocientista Marília Zaluar.
A conversa foi um resultado de pesquisas e produção de conhecimento da Motrix
– startup brasileira que defende a aprendizagem personalizada com
projetos de neurociência computacional, tecnologia e expertise
educacional. A psiquiatra e neurocientista Natália Mota
mostrou por meio da Teoria dos Grafos que aliar tecnologia e educação
nunca foi tão necessário num mundo onde as novas gerações já nascem
hiperconectadas.
Motrix no Congresso Encontro LER do Educador – nos
dias 09, 10, 11, 14 e 15 de maio, a Motrix esteve presente no Congresso
Encontro LER do Educador que acontece no Píer Mauá, no Rio de Janeiro.
Demonstrando as soluções da Motrix Lab, a participação contou com o
rastreamento ocular que mede a fluência de leitura dos participantes,
realizado em parceria com a empresa sueca Lexplore, visando apresentar
para os professores e gestores escolares o funcionamento da neurociência
para a educação na prática.
Para
descontrair, um momento de aprendizagem, tecnologia e ciência fizeram
parte da interação com um autorama movido pela concentração. A
iniciativa, realizada em parceria com a BrainCo, faz uma leitura
cerebral a partir do uso de headbands e quanto mais concentrado o
participante estiver, mais rápido seu carro irá correr na brincadeira,
possibilitando uma corrida pela melhor concentração.
Sobre a Motrix (https://motrix.global)
O
Motrix é uma venture built da Square – uma empresa que investe e aporta
em iniciativas pioneiras educacionais. Movido pela tecnologia do saber,
esse projeto divide-se atualmente em três frentes: Motrix Learn (foco
pedagógico), Motrix Engine (área de interface e desenvolvimento) e
Motrix Lab (neurociência aplicada à aprendizagem). A empresa acredita
que cada aluno brilha de um jeito diferente e, portanto, desenvolve
plataformas intuitivas para que cada indivíduo possa, naturalmente,
explorar ao máximo seu potencial cognitivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário