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Rio de Janeiro, 29 de julho de 2021 – Ao completar 100 dias à frente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna mostra que nada mudou em relação à gestão anterior, na avaliação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Sindipetros filiados. E nada mudará, conforme mensagem passada por ele em reunião, nesta semana, com analistas de mercado para um balanço de sua administração e o recente anúncio de venda dos 51% de participação da petroleira na Gaspetro para a Compass Energia.
“É mais do mesmo. Silva e Luna repete o mesmo discurso equivocado e a mesma política de seu antecessor, defendendo a venda de ativos da companhia, especialmente das refinarias, mantendo argumentos falsos de que vai aumentar a concorrência e diminuir preços dos derivados. Estudos já mostraram que a privatização de refinarias não irá abrir o mercado, mas, sim, criar monopólios para a iniciativa privada. Significa que a população brasileira, que já paga muito caro pelos derivados de petróleo, ficará refém desses investidores”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Da mesma forma, Silva e Luna mantém a política do Preço de Paridade de Importação (PPI), que penaliza sobretudo os mais pobres com reajustes sistemáticos dos preços dos combustíveis e gás de cozinha.
Nos pouco mais de três meses em que Silva e Luna está na presidência da Petrobrás, a companhia apenas tornou menos frequentes os reajustes dos combustíveis. Mesmo assim, desde que o general tomou posse, houve alta de 9,3% no preço médio do diesel, 7,2% no da gasolina comum e 8,2% no do gás de cozinha, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O fato é que, entre janeiro e julho, o preço do gás de cozinha nas refinarias já acumula alta de 38%. Seguindo a mesma trajetória, o diesel aumentou 24,58% no primeiro semestre do ano, a gasolina, 25,56%, e o etanol, 35,71%, pressionando a inflação e reduzindo ainda mais o já baixo poder aquisitivo da população.
“Se não mudar essa gestão, que continua a incentivar a venda aos pedaços da companhia e a estimular a manutenção do PPI, Silva e Luna entrará para a história como mais um que ajudou a destruir a maior empresa brasileira controlada pelo governo federal e a deteriorar o poder de compra do trabalhador”, alerta Bacelar.
Em sua apresentação para analistas de mercado, Silva e Luna falou da importância de a Petrobrás se inserir na transição energética, mas não deu detalhes. A fala, porém, deixou os analistas preocupados com eventual aumento de despesas de capital e comprometimento de retornos financeiros.
“Mas, ao contrário da retórica do general, a Petrobrás segue com a política equivocada de venda de todos os seus ativos no setor de energia renovável. A petroleira já se desfez de seus parques eólicos no Rio Grande do Norte; e está em processo de privatização da Petrobras Biocombustível (PBio), já tendo encerrado as atividades de uma das unidades da empresa no Ceará”, explica o coordenador geral da FUP.
Assim, a Petrobrás caminha na contramão da tendência mundial das empresas de petróleo, de investir cada vez mais em fontes renováveis de energia, e contra os compromissos assumidos no Acordo de Paris, em 2015, de redução de emissão de gases de efeito estufa.
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