quinta-feira, 29 de julho de 2021

Controle de odores: uma ação responsável e sustentável

 


Francisco Carlos Oliver*

Um dos causadores de poluição no ar e maus odores são os compostos sulfurosos. O principal deles é o sulfeto de hidrogênio, ou como popularmente é conhecido, gás sulfídrico. Ele causa muito incômodo olfativo, e por conta disso pode causar dor de cabeça, delírios, mal estar, desequilíbrio, insuficiência respiratória e até a morte em casos mais graves.

 

A morte é uma possibilidade caso o gás esteja em alta concentração. E nesses casos o sulfeto de hidrogênio não tem odor característico, isso o torna muito perigoso em espaços confinados, inclusive em estações elevatórias e estações de tratamento de esgoto. E como este gás é mais pesado que o ar, ele sempre vai para as partes baixas dos locais.

 

Acima de 5 microgramas por m³, que é uma quantidade muito pequena, o gás sulfídrico pode causar irritação nos olhos. E acima de 70 microgramas por m³ ele pode causar severos danos oftalmológicos e neurológicos. 

 

Há uma recomendação da OMS, Organização Mundial da Saúde, de que a exposição máxima em relação ao sulfeto de hidrogênio, é de até 10 microgramas por m³ por um período de 30 minutos. E também há a recomendação da USEPA, Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, que recomenda uma exposição máxima também por um período de 30 minutos, mas numa medida de até 2 microgramas por m³.

 

Realmente esse é um gás que não só é incômodo ao nosso olfato, mas também muito perigoso e prejudicial à saúde. Além disso, como se não bastasse todo esse problema, ele é um gás muito corrosivo. Há casos em que houve corrosão do próprio concreto e das próprias estruturas metálicas internas de instalações próximas a exposição do sulfeto de hidrogênio. O prejuízo material causado sempre é muito grande.

 

Com base nisso, um dos equipamentos que atuam contra o gás sulfídrico, é o sistema de spray, o qual é muito usado dentro de estações de tratamento de esgoto de empresas privadas de processamento alimentício ou processamento químico.

 

Porém, o sistema de spray apenas disfarça o odor sem efetivamente combatê-lo. Ainda que ele mascare e melhore o cheiro, o gás continua no ambiente com todos os seus efeitos deletérios. E conforme o spray usado, o perfume exalado piora a situação ao reagir com o sulfeto de hidrogênio. Ou seja, sistemas de spray não resolvem o problema. 

 

É possível encontrar outras formas mais eficientes que combatem este gás e resolvem esse problema de uma vez. Por exemplo, na Fluid Feeder há a aplicação de neutralizadores de gases poluentes por meio de lavadores de gás. Nesse processo o equipamento faz a exaustão do gás de forma que ele passe por uma torre de lavagem com um sistema de contracorrente, onde o gás é neutralizado e eliminado.

 

Também é possível fazer o uso de um sistema de adição de produtos químicos no esgoto. Nesse caso, o produto irá inibir a formação de gás sulfídrico ainda na sua fase líquida, porque ele está solúvel no esgoto.

 

Atualmente existem várias legislações e recomendações, como no caso de São Paulo, onde a CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, através do decreto 8.468 no seu art. 33, proíbe a emissão de odores na atmosfera que possam ser perceptíveis fora dos limites da planta ou da propriedade. 

 

Também no estado do Paraná existe uma legislação, através de uma resolução da SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que recomenda a instalação de equipamentos de proteção contra odores quando estes estiverem acima de 50 mil unidades olfativas por hora. 

 

E em relação a isso é possível notar que as empresas do Brasil estão começando a ficar muito preocupadas em controlar a sua emissão de odores, afinal, além de ser um incômodo olfativo, também é muito prejudicial à saúde e até as instalações. A utilização de sistemas efetivos que combatam os maus odores é uma forma de prevenir grandes prejuízos e manter os trabalhadores em condições saudáveis de trabalho, o que em si configura uma visão responsável e sustentável por parte dos empresários.

 

*Francisco Carlos Oliver é engenheiro e Diretor Técnico e Comercial da Fluid Feeder, empresa 100% nacional, que atua no fornecimento de equipamentos para tratamento de água e efluentes, com soluções de alta tecnologia para medição, transferência e dosagem de produtos químicos sólidos, líquidos e gasosos.

 

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