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Verbete escrito por Bob Hale para a Routledge Encyclopedie of Philosophy, com tradução, para a Crítica na Rede, de Desidério Murcho:
A
questão filosófica central quanto aos objetos abstratos é esta: Há
alguns? Uma resposta afirmativa — dada pelos platónicos ou realistas —
apoia-se no facto de parecer que partes significativas do nosso discurso
e pensamento dizem respeito a objetos que estão para lá do espaço e do
tempo, sendo por isso incapazes de entrar em relações causais, apesar de
grande parte desse discurso dizer respeito a objetos concretos (grosso
modo, objetos com extensão espácio-temporal). A sugestão de que existem
realmente objetos não-espaciais, atemporais e acausais, como números e
conjuntos, parece muitas vezes aos oponentes nominalistas ir ao arrepio
do senso comum. Mas precisamente porque o nosso discurso e pensamento
aparentemente sobre abstracta abrange grande parte do que parece
indispensável para as nossas melhores tentativas de dar sentido
científico ao mundo — incluindo virtualmente toda a matemática —, não se
pode simplesmente rejeitá-lo por ser uma algaraviada mergulhada em
confusão. Por esta razão, os nominalistas têm adotado geralmente um
programa de paráfrases reducionistas, que visam eliminar toda a
referência aparente a objetos abstratos, e qualquer quantificação sobre
eles. Apesar dos esforços impressionantes e engenhosos, o programa
parece deparar-se com obstáculos insuperáveis.
A
simplicidade da nossa questão inicial é enganadora. A compreensão e o
progresso são improváveis caso não se clarifique melhor as relações
entre as questões ontológicas e as questões acerca da análise lógica da
linguagem, assim como a distinção crucial entre objetos abstratos e
concretos. Tanto encontramos afinidades, como, o que é mais importante,
contrastes entre as abordagens tradicionais das questões ontológicas e
as discussões mais recentes influenciadas pela obra inovadora na
filosofia da linguagem iniciada por Frege. A importância da obra de
Frege repousa sobretudo em duas ideias perspicazes: primeiro, que as
questões sobre que tipos de entidades há não podem ser adequadamente
enfrentadas independentemente da análise lógica da linguagem; e,
segundo, que a questão de se considerar que certas expressões têm
referência, ou não, não se pode adequadamente separar da questão de
serem verdadeiras ou falsas as frases completas em que tais expressões
ocorrem.
1. Categorias lógicas e ontológicas
Apesar
de ser a distinção abstrato-concreto que mais precisa de explicação, a
noção relevante de objeto exige também elucidação. Há um uso conhecido e
quotidiano do termo “objeto”, no qual podemos falar dos objetos que se
descobriu nos bolsos do acusado, por exemplo. Não há provavelmente
regras muito precisas que regulem este uso, mas parece claro que ter
extensão espacial e temporal é pelo menos uma condição necessária — mas
provavelmente não suficiente — da sua aplicação. Se “objeto” for
entendido deste modo, o termo “objeto abstrato” é claramente
autocontraditório. Não devemos inferir daqui que o nominalismo ganha à
partida, mas antes que outra noção mais geral e menos restritiva de
objeto está em jogo nas discussões filosóficas. Nesse caso, porém, como
caracterizá-la? Para evitar circularidades, poder-se-á propor que se
considere um objeto seja o que for que possamos referir. É defensável,
contudo, que isto vai demasiado longe na direção contrária — bem podemos
dizer que tanto referimos a aldrabice como Nero, quando asserimos que
Nero aldrabava, mas devemos rejeitar que se considere a aldrabice um
objeto.
Uma
saída que preserva esta abordagem geral é considerar que os objetos são
os referentes de expressões de uma certa classe restrita — a que se
chama habitualmente “termos singulares”. Ir nesta direção é seguir
Frege, que considerava que as categorizações ontológicas de entidades
dependiam de uma categorização lógica prévia de expressões. Os objetos,
as propriedades e as relações, por exemplo, são essencialmente os
correlatos não-linguísticos de, respetivamente, termos singulares (por
exemplo, “Nero”, “este lago”, “a cúpula de S. Pedro”, e assim por
diante), predicados unários (“…aldraba”, “…é profundo”), e predicados
binários ou de aridade superior (“…ama…”, “…é mais alto do que…”). Um
objeto, deste ponto de vista, é o referente efetivo ou possível de um
termo singular.
Quando
objeto é entendido deste modo, a pergunta de abertura deste artigo é,
num sentido importante, distintamente moderna. Não se trata de não
conseguirmos discernir preocupações significativas comuns subjacentes às
discordâncias antigas quanto ao estatuto das Formas de Platão e à
grande batalha medieval entre realistas e nominalistas com respeito à
existência de universais, por um lado, e às disputas ontológicas
modernas, por outro. As discussões tradicionais e modernas partilham uma
preocupação geral com as relações entre a linguagem e o mundo. No
fundo, a discordância quanto às entidades abstratas é uma discordância
quanto a saber se se consegue fornecer um tratamento adequado das
relações linguagem-mundo sem fazer referência a tais entidades. Mas
mesmo assim é verdadeiro que se operou uma viragem fundamental na
maneira como muitíssimos filósofos concebem e discutem as questões
ontológicas em geral, sobretudo as que dizem respeito às entidades
abstratas. As disputas antigas e medievais centravam-se na existência de
universais, por oposição aos particulares, sendo os primeiros
concebidos como entidades abstratas que tanto os predicados (“é
vermelho”, “é sábio”) como os substantivos abstratos correspondentes
(“vermelhidão”, “sabedoria”) representam. Mas na abordagem fregiana, não
faz sentido supor que um só tipo de coisa é o referente comum de
expressões de tipos lógicos inteiramente diferentes. Isto não quer
inevitavelmente dizer que não há qualquer discordância significativa
entre os realistas medievais e os nominalistas; mas quer dizer que
conceberam mal a questão, ou pelo menos misturavam questões que devemos
distinguir. Pois uma questão é se devemos conceber os substantivos
abstratos como termos singulares genuínos, que representam objetos, e
outra, muito diferente, é se os predicados correspondentes têm
referência — caso em que representam propriedades (conceitos, no sentido
de Frege), e não objetos.
2. A distinção abstrato-concreto
Não
se pode ver nem ouvir objetos abstratos, nem saboreá-los, nem senti-los
ou cheirá-los. Porém, seria insatisfatório, por várias razões, tomar a
inacessibilidade à perceção sensorial como base da distinção. Além de
introduzir uma indesejada relatividade às faculdades sensoriais humanas,
não conseguiria traçar a distinção claramente, havendo espaço para
discutir o que conta como percecionar algo. Caso se considere que o
domínio da perceção sensorial só inclui o que se pode discernir a órgão
nu, digamos, a condição para ser concreto seria claramente demasiado
restritiva. Poder-se-ia alargar o domínio para permitir a deteção por
meio de efeitos mais ou menos remotos, mas quando se modera o critério
desta maneira, a proposta cai na ideia de que a capacidade para entrar
em relações causais é a marca do concreto. Esta sugestão evita as
dificuldades com um critério de acesso sensorial, mas, ainda que esteja
extensionalmente correta, não vai ao coração da questão. É de esperar
que as capacidades em geral tenham alguma base categórica. Por que razão
os objetos concretos conseguem entrar em interação causal, mas não os
abstratos? A resposta, ao que parece, deveria dar lugar a um tratamento
mais iluminante da distinção. Em parte por esta razão, um tratamento
mais promissor da distinção considera que a ausência de localização no
espaço ou no tempo é distintivo do abstrato — o que não pode estar em
lugar algum, em tempo algum, não pode ser um fator no nexo causal.
Apesar
de ser muitíssimo adotada e de dar resultados intuitivamente corretos
nos casos a que os filósofos deram atenção, esta perspetiva é
inadequada. Isto porque há candidatos ao estatuto de abstrato que,
apesar de carecerem inequivocamente de propriedades espaciais, não são
totalmente atemporais. No sentido em que se pode dizer que dois pares de
jogadores em diferentes tabuleiros se entregam ao mesmíssimo jogo, é
plausível considerar que o jogo de xadrez é um objeto abstrato; mas
apesar de não ter localização, nem sempre existiu, tendo ao invés sido
concebido a determinado ponto. Outros exemplos são as linguagens
naturais, muitas das obras de arte, se não todas, e as palavras e
letras, no sentido de tipo e não de espécime (aproximadamente, o sentido
em que há apenas seis letras diferentes, e não oito, na palavra
“abstrato”). Assim, apesar de a distinção abstrato-concreto ter
indubitavelmente muito a ver com a espacialidade e a temporalidade, não
parece inequivocamente identificável com a distinção entre o que tem
posição espacial ou temporal, e o que não tem uma coisa nem outra. Uma
proposta alternativa de interesse considerável é que os objetos
concretos são aqueles que são, em princípio, capazes de serem
identificados ostensivamente, ao passo que os abstratos são aqueles que
só podemos referir por meio de uma qualquer expressão funcional (Dummett
1973: cap. 14). Assim, podemos identificar uma árvore particular por
meio das palavras “Aquela faia”, acompanhando talvez com um gesto as
palavras proferidas; mas não podemos, por exemplo, apontar literalmente
para uma certa forma ou cor — ao invés, temos de referi-las como,
digamos, a forma de tal e tal jarra ou o número de ovos na caixa (Noonan
1976; Hale 1987: cap. 3).
3. Bases para acreditar em objetos abstratos
Muitos
filósofos, fazendo apelo à Navalha de Ockham — o princípio de que não
se deve multiplicar entidades desnecessariamente — consideram um pecado
mortal acreditar em objetos abstratos, a menos que tal crença seja
inevitável, mas discordam sobre se é efetivamente evitável. Os
nominalistas ortodoxos esperam conseguir evitá-la, levando a cabo um
programa de paráfrases redutoras. Contudo, perante a resistência de
vários tipos de aparente referência a objetos abstratos, e de aparente
quantificação sobre eles, à eliminação por meio de paráfrase redutora ou
de reinterpretação em termos concretos, isto não parece exequível como
meio completamente geral de fugir do compromisso com objetos abstratos.
Isto levou alguns filósofos a concluir que a referência a domínios que
incluem objetos abstratos, e a quantificação sobre esses domínios, é
indispensável para um tratamento completamente adequado do mundo. Parece
fortemente que isto é o que acontece com referência às entidades
matemáticas — números de vários tipos, funções e, mais em geral,
conjuntos. À primeira vista, as ciências da natureza, e especialmente a
física, exigem um uso substancial de aritmética e de análise, e esta
última, por sua vez, apoia-se fortemente na teoria de conjuntos. Este
argumento — conhecido como o Argumento da Indispensabilidade de
Quine-Putnam — fornece, se for aceite, uma forte razão indireta para
acreditar em números e conjuntos, pelo menos: as teorias científicas
exigem a aceitação de teorias matemáticas, de modo que sejam quais forem
as razões que temos para acreditar que as nossas melhores teorias são
verdadeiras são razões para aceitar as teorias matemáticas, e por isso
para acreditar nos objetos abstratos de que estas falam.
Este
argumento tem sido vigorosamente contestado, em particular por Field
(1980), que argumenta — em defesa de uma nova forma de nominalismo, nada
ortodoxa — que não é preciso, ao contrário do que parece, que as
teorias matemáticas sejam verdadeiras para que se justifique o seu uso
na ciência. Basta que essas teorias tenham um certo tipo forte de
consistência, a que ele chama “conservatividade”. Dado que um
nominalista pode aceitar que as teorias matemáticas têm esta propriedade
sem acreditar que são verdadeiras, não precisam de se entregar a
qualquer tipo de programa de tradução redutora, do tipo mencionado —
podem simplesmente usar as teorias matemáticas, ao mesmo tempo que negam
que sejam literalmente verdadeiras, evitando assim o compromisso com os
objetos abstratos que a sua verdade exige. Entre as dificuldades que
esta abordagem enfrenta, vale a pena dar destaque a um pressuposto
importante de Field. Ele considera que o argumento de Quine-Putnam
oferece a única base que vale a pena levar a sério para considerar que
as teorias matemáticas são verdadeiras, de modo que se ele for capaz de
pô-lo em causa, deixa de haver qualquer pressão para aceitar os
compromissos ontológicos que acarretam. Se a perspetiva de Field fosse
correta, as melhores bases que poderíamos ter para acreditar na
matemática, e assim por diante, seriam indiretas e a posteriori. Mas
esta perspetiva baseia-se no pressuposto disputável de que as únicas
afirmações que podemos justificadamente aceitar noutra base que não a
indireta e a posteriori são as que são diretamente verificáveis como
verdadeiras por meio da observação. Talvez seja de levar a sério, ao
contrário do que ele faz, a possibilidade de a crença na verdade das
afirmações matemáticas e a aceitação da sua ontologia poder ter uma
garantia a priori.
4. Bases para a descrença
É
inquestionável que os argumentos mais importantes contra os objetos
abstratos são epistemológicos. Um deles é que — dada a presumível
inércia causal dos objetos abstratos — entender que as condições de
verdade das afirmações de um dado tipo são constituídas por estados de
coisas que envolvem essencialmente tais objetos põe essas afirmações
irrevogavelmente para lá do alcance do nosso conhecimento.
Grosseiramente falando, se as afirmações matemáticas tivessem condições
de verdade platónicas, não poderíamos de maneira alguma saber que são
verdadeiras; dado que temos de facto conhecimento matemático, o
platonismo é falso. Nas suas versões mais simples e mais antigas, este
argumento baseia-se numa forma muito exigente de uma teoria causal do
conhecimento, que considera que uma condição invariavelmente necessária
para um pensador X saber que p é que a crença verdadeira que X tem de
que p deve ser causada pelo facto de que p, ou deve, alternativamente,
ter uma relação causal apropriada com p. Um problema deste argumento é
que apesar de essa condição forte (quão forte dependerá de quão
precisamente se entende a expressão “relação causal apropriada”) poder
ser satisfeita em casos comuns de conhecimento percetivo e de memória, é
muito difícil ver como poderia ser satisfeita em geral, ainda que o seu
âmbito se restrinja ao conhecimento empírico comum acerca de questões
perfeitamente concretas. A nossa crença de base indutiva de que todos os
oricteropes têm parasitas é, ao que parece, induzida causalmente pela
inspeção de um contingente vasto e adequadamente diversificado de
oricteropes que têm parasitas — mas não há qualquer tipo de relação
causal, por mais complicada que seja, ou atenuada, da qual se possa
dizer com qualquer plausibilidade, por um lado, que se verifica entre a
nossa crença geral e o facto de todos os oricteropes do passado, do
presente ou do futuro terem parasitas, e, por outro, que é uma relação
causal epistemicamente significativa. Se o conhecimento não exige uma
ligação causal em todos os casos, o argumento contra o platonismo
desmorona-se, pelo menos nesta forma.
Um
argumento relacionado alega que nenhum sentido satisfatório se pode dar
à ideia de que somos capazes de identificar a referência a objetos
abstratos, ou o pensamento sobre eles. E, uma vez mais, o argumento na
sua forma mais simples depende de um pressuposto eminentemente
suscetível de ser posto em causa — neste caso, que identificar a
referência ou o pensamento acerca de um objeto particular exige sempre
uma ligação causal adequada entre o locutor/pensador (ou a sua
elocução/pensamento) e o objeto em questão. Os oponentes do platonismo
podem ter a esperança de encontrar análises causais mais sofisticadas do
conhecimento e da referência que sejam suficientemente fortes para
resistir a versões destas objeções, sem que ao mesmo tempo sejam tão
fortes que sejam objetáveis em si, mas até agora nenhuma foi proposta.
Uma
objeção epistemológica mais poderosa faz apelo à ideia de que mesmo que
o conhecimento não seja analisado em termos especificamente causais,
seria de esperar que conseguíssemos fornecer uma explicação naturalista
da nossa tendência para acertar significativamente mais vezes do que
aquelas em que não acertamos, em qualquer área na qual estejamos
dispostos a atribuir-nos uma capacidade para conhecer. Na ausência de
relações causais entre nós e os objetos abstratos, ou de outras relações
naturais, é difícil ver como tal explicação credível poderia ser
formulada para qualquer região de discurso cujas afirmações encerrem
supostamente condições de verdade platónicas. O argumento baseia-se no
pressuposto de que as perspetivas ontológicas só são viáveis se deixarem
espaço a uma epistemologia credível. Os argumentos que passámos em
revista lançam um forte desafio ao platonismo, ainda que não possam,
pela sua própria natureza, contar decisivamente contra ele.
Bob Hale
Routledge Encyclopedia of Philosophy (Londres e Nova Iorque: Routledge, 1998)
Referências e leitura complementar
Dummett,
M. (1973) Frege: Philosophy of Language, Londres: Duckworth. (Difícil,
mas a melhor introdução à abordagem de Frege da análise da linguagem. Os
capítulos 2, 4 e 14 são especialmente relevantes.)
Field,
H. (1980) Science without Numbers, Oxford: Blackwell. (A Introdução e o
capítulo 1 fazem uma sinopse clara da abordagem discutida no §3.)
Field,
H. (1989) Realism, Mathematics and Modality, Oxford: Blackwell. (Por
vezes tecnicamente difícil, mas em geral muito legível. Os capítulos 1 e
2 oferecem uma perspetiva excelente da posição geral de Field; o
capítulo 7.2 desenvolve o argumento epistemológico contra o platonismo
mencionado no §4.)
Frege,
G. (1884) The Foundations of Arithmetic, trad. J.L. Austin, Oxford:
Blackwell, 1953. (Leitura essencial para qualquer pessoa que queira
estudar este tema em profundidade. Veja-se especialmente os §§60–68.)
Frege,
G. (1892) “On concept and object” in P. Geach e M. Black (eds.)
Translations from the Philosophical Writings of Gottlob Frege, Oxford:
Blackwell, 1970. (Especialmente relevante para o §1. Fornece uma
elucidação informal muito legível das noções de objeto e conceito, que
Frege contrasta, indicando a conexão que têm com a sua distinção
fundamental, ao nível da linguagem, entre os nomes próprios e os
predicados.)
Goodman, N. e
Quine, W.V.O. (1947) “Steps towards a constructive nominalism”, Journal
of Symbolic Logic 12: 105–122; reimpr. in N. Goodman, Problems and
Projects, Indianapolis, In e Nova Iorque: Bobbs-Merrill, 1972, 173–198.
(Um manifesto nominalista clássico. Tecnicamente bastante difícil,
depois das secções de abertura.)
Hale,
R. (1987) Abstract Objects, Oxford: Blackwell. (Juntamente com Noonan
(1976), o capítulo 3 desenvolve uma proposta para basear a distinção
abstrato-cocreto nos diferentes tipos de critério de identidade
apropriados a diferentes tipos de objeto. Os capítulos 1–3 são
relevantes para os §§1–2, o capítulo 5 para o §3, e os capítulos 4 e 7
para o §4.)
Hale, R.
(1994) “Is Platonism epistemologically bankrupt?”, Philosophical Review
103 (2): 299–325. (Defende o platonismo contra os argumentos discutidos
no §4.)
Hale, R. e Wright,
C. (1993) “Nominalism & the Contingency of Abstract Objects”
Journal of Philosophy 89 (3): 111–135. (Critica a versão de Field de
nominalismo.)
Lewis, D.
(1987) On the Plurality of Worlds, Oxford: Blackwell. (Muito legível. O
capítulo 2 discute problemas com a distinção abstrato-concreto.)
Noonan,
H. (1976) “Dummett on abstract objects”, Analysis 36 (2): 49–54. (Uma
discussão difícil mas compensadora, relevante para o §2.)
Putnam,
H. (1971) “Philosophy of logic”, in Mathematics, Matter and Method:
Philosophical Papers, vol. 1, Cambridge: Cambridge University Press,
1979, 2.ª ed. (Tecnicamente difícil, mas inclui material relevante para o
§3, incluindo a apresentação dos argumentos da indispensabilidade.)
Quine,
W.V.O. (1948) “On what there is”, in From a Logical Point of View, Nova
Iorque: Harper Torchbooks, 1961, 1–19. (Artigo clássico sobre
ontologia, com fortes simpatias nominalistas.)
Wright,
C. (1983) Frege’s Conception of Numbers as Objects, Aberdeen: Aberdeen
University Press. (Excelente exposição e defesa vigorosa da posição de
Frege. Os capítulos 1 e 2 são especialmente relevantes.)
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