terça-feira, 1 de dezembro de 2020

"Você é um Hipocondríaco? Quando a preocupação com a saúde vira doença", por Andréa Ladislau, doutora em psicanálise

 


Certamente, você conhece alguém que possui um medo constante e irracional de ter, ou de vir a ter, uma doença grave. Qualquer alteração fisiológica incomoda esse indivíduo, pois tudo o que ele sente remete a alguma doença em seu imaginário. São pessoas classificadas, no dito popular, como hipocondríacos. Esta condição é relativamente conhecida. Os pacientes que sofrem deste mal estão sempre tentando encontrar alguma doença em seu corpo. O transtorno hipocondríaco ou transtorno de ansiedade de doença, como também é chamada, é uma neurose de doenças. A pessoa doente possui uma sensibilidade exacerbada do próprio corpo. Mas não se engane: a hipocondria não é uma brincadeira. É um transtorno sério que necessita de tratamento e que pode afetar homens e mulheres. 
 
Sintomas comuns e sem muita relevância são interpretados pelos pacientes como sinais de que algo grave, potencialmente fatal ou degenerativo, os acomete. A pessoa que sofre com essa condição tende a não se sentir confortável sociabilizando com outras. Um ambiente no qual as coisas não estão sob seu controle pode incomodar. E para não ficar se preocupando com isto, o indivíduo volta a sua atenção para si mesmo. E todas as alterações fisiológicas lhe são mais perceptíveis. É uma espécie de tentativa de desvio de foco inconsciente.
 
Podemos citar alguns exemplos dessa estratégia psicológica que leva ao transtorno de ansiedade de doença: uma dor no peito, ocasionada pela presença de gases contidos na caixa torácica, por exemplo, pode ser rapidamente relacionada a um ataque cardíaco. Ou uma simples dor de cabeça vista como um indício de tumor cerebral. Para uma pessoa considerada normal (que não se foca nas doenças), estes detalhes passariam despercebidos. Mas para um potencial hipocondríaco, não. Os sintomas existem, mas são amplificados - e, de forma inadequada, se faz a interpretação. 
 
E o que causa este transtorno? Sem dúvida, é alguma perturbação psíquica que leva o indivíduo a se tornar hipocondríaco. O agente causador pode ser desde um trauma ou um susto a outros fatores emocionais como a falta de atenção, a insegurança e a baixa autoestima. Normalmente, a pessoa que sofre deste transtorno é, frequentemente, ansiosa e depressiva, pois está sempre tenso e preocupado diante do que ele imagina que possa vir a acontecer com seu organismo. Uma marca registrada do hipocondríaco é que ele tem uma tendência a estar sempre muito bem informado sobre as mais variadas doenças, sintomas e medicamentos. Ele usa com muita frequência os sites de pesquisas e buscas para aprender tudo. 
 
Mas não se engane, o diagnóstico não é tão simples, pois se preocupar com a saúde é um sentimento inerente a todo ser humano. O que vai diferenciar e potencializar a hipocondria é o exagero com que essa preocupação se dá. Devemos estar atentos a sinais como: frequência assídua em serviços de saúde e consultórios médicos; hábito constante de se automedicar; falta de confiança em resultados de exames que demonstram boas taxas e são negativos para doenças; insistência na busca de informações por conta própria a todo tempo; excesso de checkups e verificações da saúde; pessimismo e depressão em geral; não possuir um médico de referência e trocar de médico frequentemente; preocupação em tempo integral com doenças e modos de contração e sensação de grande ansiedade ao pensar sobre assuntos ligados a saúde, ficando em estado de angústia permanente.
 
A estranha mania de doenças intensifica os casos de ansiedade e depressão e, por serem muito pessimistas, os pacientes não acreditam nas informações médicas e acabam por se automedicar e também medicar as pessoas próximas. O Transtorno Hipocondríaco considerado grave possui aspectos formais de uma psicose e, por isso, necessita do devido tratamento. Do contrário, esse paciente poderá trazer sérios danos a si e aos outros.
 
A baixa autoestima, a carência e a depressão são condições típicas que podem agravar um processo de hipocondria, visto que é muito importante estar atento aos sinais, pois o hipocondríaco necessita de atenção. Ele não consegue perceber o exagero em suas atitudes e ações. Conversar com ele e explicar o que vem acontecendo pode surtir um efeito positivo. Porém, ele precisa reconhecer que tem um problema - e que suas intensas preocupações com doenças podem estar afetando, de forma negativa, seu estado psicológico. 
 
Portanto, se você se sente desta maneira ou suspeita que algum parente ou amigo possa estar sofrendo desta condição, oriente e busque ajuda de um profissional de saúde mental: um psicanalista, psicólogo ou um psiquiatra. A hipocondria precisa de tratamento. Com o tempo, se não tratada, a pessoa pode desenvolver outros tipos de transtornos como a depressão ou mesmo problemas físicos e orgânicos provocados pela ingestão excessiva de remédios e de intervenções terapêuticas. Se preocupar com a saúde é normal, mas quando essa preocupação te consome, o alerta deve ser acionado. Além disso, o Transtorno Hipocondríaco pode ser considerado como uma dor interna e mental que, por não ser reconhecida por quem sofre, desemboca no corpo físico, incentivando até mesmo o uso de alternativas não usais da medicina e colocando em risco a saúde do paciente. Através de um tratamento psicológico adequado, o paciente recupera sua autoestima, elimina as neuroses e consegue equilibrar mente e corpo - atingindo o bem-estar com resultados mais favoráveis para a promoção de uma vida saudável.
 
 
 
Dra Andrea Ladislau 
Psicanalista
 
* Doutora em Psicanálise
 
* Membro da Academia Fluminense de Letras - cadeira de numero 15 de
Ciências Sociais
 
* Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde
 
* Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social
 
* Professora na Graduação em Psicanálise
 
* Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US
Ambassador In Niterói
 
* Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em
Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo.
 
* Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint
Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.
 
 


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