Homens e mulheres sempre dependeram um do outro e, por mais diferente que o mundo possa ser hoje em dia, essa complementariedade continua sendo um dos pilares da nossa sociedade. Gabriel Kanner para a Gazeta do Povo:
O
cantor britânico Harry Styles realizou um marco nunca antes alcançado.
Styles se tornou, em dezembro, o primeiro homem a estampar a capa da
Vogue, a mais conceituada revista de moda do mundo. Com um pequeno
detalhe: Harry aparece vestido como uma mulher. No ensaio fotográfico, o
cantor aparece ostentando com naturalidade vestidos, blusas femininas e
saias.
O
anúncio da capa “revolucionária” gerou um frenesi pelo mundo todo. A
“conquista” de Harry Styles está sendo celebrada como um “momento
histórico” que de alguma forma melhorará o mundo. A atriz e diretora
Olivia Wilde resumiu bem as razões pelas quais devemos comemorar o
feito: “Para mim, é muito moderno. Espero que esse tipo de confiança
como homem que Harry tem – desprovido de qualquer traço de masculinidade
tóxica – é indicativo da sua geração e, portanto, do futuro do mundo. É
muito poderoso redefinir o que é ser um homem confiante. Ele é uma
grande inspiração para a nova geração. Eu acho que é revolucionário”.
A
capa da Vogue é apenas mais uma de diversas iniciativas nos últimos
anos que buscam desconstruir o que é “ser homem” e aproximar cada vez
mais os homens do universo feminino. Termos como “masculinidade tóxica”
são usados para subverter, ridicularizar e enfraquecer a virilidade dos
homens. Enquanto isso, há um enorme esforço para enaltecer e valorizar
homens com traços e comportamentos cada vez mais femininos.
Para
muitas pessoas, não há problema algum neste movimento. Afinal de
contas, qual o problema de os homens serem mais femininos? É aí que mora
o perigo. A desconstrução da essência da masculinidade causará uma
confusão cada vez mais devastadora na cabeça das novas gerações.
Homens
e mulheres sempre tiveram papéis complementares ao longo da história.
Durante a maior parte da existência humana a vida era extremamente
desafiadora e sofrida. Por causa de suas diferenças biológicas, homens e
mulheres passaram a assumir papéis distintos para conseguirem
sobreviver. Era preciso conseguir alimento, se proteger das ameaças
externas, conseguir abrigo e garantir a sobrevivência da prole. A
divisão de tarefas era imprescindível. Homens e mulheres sempre
dependeram um do outro e, por mais diferente que o mundo possa ser hoje
em dia, essa complementariedade continua sendo um dos pilares da nossa
sociedade.
Não
há dúvida de que, com o progresso do mundo, a melhoria da qualidade de
vida e a entrada das mulheres no mercado de trabalho, os papéis de
homens e mulheres também mudaram. Mulheres estão ocupando cada vez mais
posições de destaque na política, nas empresas e em praticamente todos
os setores da sociedade. Com isso, os homens também tiverem de se
adequar, ajudando cada vez mais nas tarefas domésticas e na criação dos
filhos.
Essa
evolução é natural e benéfica para ambos os sexos. No entanto, isso não
é o suficiente para a esquerda pós-moderna, cada vez mais radicalizada
nos dias de hoje. Para eles, o homem precisa se desfazer de qualquer
característica natural masculina e, sempre que puder, usar roupas
femininas e se portar como uma mulher. Isso, segundo Olivia Wilde, é ser
“um homem confiante”.
Essa
agenda ideológica precisa ser rechaçada sempre que vier à tona. O mundo
irá continuar evoluindo, e parte dessa evolução será a participação
cada vez maior das mulheres em diversas áreas. No entanto, algumas
coisas jamais mudarão. Quando chegar em casa após um dia de trabalho
exaustivo, o homem quer enxergar em sua companheira uma verdadeira
mulher, que lhe dá confiança e respaldo no lar e na família para que ele
possa encarar os desafios externos. Assim como a mulher, ao chegar em
casa da sua também exaustiva jornada, quer enxergar em seu companheiro
um homem masculino, viril, que lhe oferecerá cuidado, carinho, atenção e
a proteção necessária para que ela também enfrente os seus desafios. A
mulher definitivamente não quer um homem de vestido e trejeitos
femininos a esperando em casa.
Se
essa agenda perversa prosperar, veremos cada vez mais casais infelizes,
e toda uma geração absolutamente confusa em relação à sua própria
identidade. Nunca houve na história uma sociedade forte e próspera sem
homens fortes. E homens fortes não saem na rua usando vestido... Que
sejamos sensatos e preservemos os homens masculinos, antes que entrem em
extinção.
Gabriel Kanner é empresário, ativista social e presidente do Instituto Brasil 200.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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