sábado, 2 de maio de 2020

Indústria de transformação é a que mais sofre com a pandemia


“É a indústria de transformação sim, a que mais sofre com o coronavírus. O setor industrial, assim como toda a economia, será afetado de uma forma geral pela pandemia", diz o presidente da FIEB Ricardo Alban

Tribuna da Bahia, Salvador
02/05/2020 06:50 | Atualizado há 6 horas e 9 minutos
   
Foto: Agência Brasil
Por: Lício Ferreira

“É a indústria de transformação sim, a que mais sofre com o coronavírus. O setor industrial, assim como toda a economia, será afetado de uma forma geral pela pandemia. Ainda não temos dados oficiais de emprego pois a Secretaria de Trabalho (Ministério da Economia) deixou de divulgar, nesse período, os dados da Caged (os últimos são de dezembro de 2019). No entanto, a FIEB realizou o estudo “Estimativas dos impactos do Covid-19 sobre a economia baiana”, que projeta em seu cenário mais otimista uma perda de empregos formais de cerca de 8 mil postos de trabalho na economia baiana, em relação ao ano de 2019. Já o pior cenário estima redução de 134,9 mil empregos formais, na comparação com o ano passado”.
As palavras do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) Ricardo Alban, sinalizam que: “No que concerne a desaceleração econômica, um dos sinais que já se evidencia é a redução no consumo de energia elétrica, que é um termômetro para medir a atividade econômica. Segundo dados da ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico, no período de 1 a 16 de abril deste ano foi registrado uma queda no consumo de energia de 13,6% no Brasil, ao passo que, no Nordeste, a queda foi de 11,5%, em relação ao mesmo período do ano anterior”.
Ricardo Alban diz mais: “Neste cenário, as indústrias de micro e pequeno portes, têm enfrentado fortes dificuldades para comercializar seus produtos ou honrar os seus compromissos tributários, trabalhistas e com fornecedores. Nesse sentido, é de suma importância que as medidas de injeção de liquidez na economia cheguem na ponta”, pontua o presidente da FIEB. E completa: “Se analisarmos sob o aspecto de perda de arrecadação e receita, o segmento de refino de petróleo tende a cair, como reflexo do cenário internacional, que já aponta para a queda de preço das commodities industriais. Isso envolve a queda de preços dos derivados de petróleo em geral”.
METALURGIA
O presidente da FIEB não esconde que um outro segmento que já sinaliza o impacto negativo de arrecadação é o de Metalurgia, que sofre com a redução das encomendas nos mercados doméstico e internacional. “Mas, numa análise mais global, são as micro e pequenas indústrias que enfrentam sérias consequências diante da dificuldade em obter capital de giro, pois nem sempre o acesso às linhas de financiamento consegue chegar àqueles que estão na ponta do processo produtivo” dispara.
O estudo “Estimativas dos impactos da Covid-19 sobre a economia baiana”, produzido pela FIEB projeta: “Em um cenário mais otimista, haverá uma perda de empregos formais de cerca de 8 mil postos de trabalho na economia baiana, em relação ao ano de 2019. E com o pior cenário, haverá uma redução de 134,9 mil empregos formais, na comparação com o ano passado”. Ricardo Alban diz mais: “Num cenário de alto impacto, que aparenta estar se configurando, o PIB baiano cairia 6,4%. Seria a maior queda desde 2003, e cerca de134 mil postos de trabalho seriam eliminados em relação ao ano passado”. Em seguida acrescenta: “O cenário mais provável é o mais negativo, até porque estamos vendo perspectiva de extensão de prazo do isolamento”.

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