Na semana passada, eles nem sequer tinham onde comer. Nesta semana, eles
observaram restaurantes,borracharias, lojas de peças e lanchonetes
abertos:
Pouco a pouco, o Brasil retoma a normalidade econômica. E essa
percepção vem dos profissionais de uma categoria que mais acompanha no
próprio dia a dia a atividade: os caminhoneiros. À Oeste, alguns
transportadores autônomos relatam que, evidentemente, há muito a
melhorar, mas, pouco a pouco, a economia volta a engatar a segunda
marcha e seguir adiante.
Os relatos apontam que, até a última semana, poucos setores
funcionavam. E os caminhoneiros sentem na ponta uma oscilação econômica.
Afinal, eles carregam grãos e demais commodities nas fazendas ou em
armazéns. Transportam manufaturados produzidos pela indústria. E
usufruem de serviços e consomem produtos vendidos em comércios.
Na manhã desta segunda, 30, caminhoneiros notaram borracharias, lojas
de peças, auto mecânico, lanchonetes e restaurantes abertos. Até as
estradas estão mais cheias. Na semana passada, as rodovias estavam
vazias. Um trecho de Cristalina (GO) a Uberaba (MG), movimentado nesta
época do ano de caminhões transportando soja, alguns autônomos
percorreram entre 40km e 50km sem nenhum carro ou caminhão à vista.
Hoje, há mais veículos na estrada.
Na última semana, relatam os transportadores ouvidos pela Oeste, o
cenário era outro. Todas as oficinas, borracharias e mecânicas estavam
fechadas em postos e comércios na mesma rota entre Luziânia (GO) a
Uberaba (MG). No domingo, 29, por volta das 15h e 16h, em rodovias que
cortam a região Centro-Oeste, lanchonetes que, normalmente, estão sempre
abertas a viajantes e transportadores, permanecia fechada.
Inflação
Os comércios que abriram funcionaram em horário reduzido. Em
Abadiânia (GO), no Posto Buriti, um restaurante que, normalmente, recebe
grande volume de caminhoneiros, fechou as portas às 21h30 de ontem.
Quem passou um minuto depois disso no estabelecimento, ficou sem jantar.
Além disso, os preços de alimentos e combustíveis estão mais caros. O
litro do óleo diesel em um posto em Cristalina (GO), por exemplo, é
vendido a R$ 1,59 em alguns postos. O custo, normalmente, vinha sendo
praticado a R$ 1,28. Os problemas são reconhecidos pela categoria.
A FreteBras, plataforma online de transporte de cargas, fez uma
pesquisa com alguns caminhoneiros e identificou alguns dos principais
problemas. O resultado saiu hoje. 18,4% dos profissionais relatam a
inflação e 32% apontam a escassez da oferta de alimentação como o
principal problema. (Revista Oeste).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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