Há cada vez mais gente, hoje em dia, que ganha a vida sem ter ligação
com um empregador. O Brasil e o mundo vivem numa economia nova. Coluna
de J. R. Guzzo no jornal Metrópoles:
Mais uma vez, com a regularidade da mudança das estações do ano, um
coro mais ou menos horrorizado se levanta entre os especialistas quando o
IBGE
divulga os dados sobre quanta gente está trabalhando “sem carteira
assinada”. Os últimos números mostram que, no momento, há 40 milhões de
brasileiros “sem carteira”.
O que nunca se nota, na frase, é a presença do verbo “trabalhar”. Faz
diferença. A informação do IBGE comprova, na vida real, que há 40
milhões de brasileiros trabalhando. É trabalho “informal”, sem os
direitos da lei trabalhista,
sem plano de saúde, no Uber ou no iFood, cobrando por serviço prestado e
por aí afora – mas não é a mesma coisa, de jeito nenhum, do que estar
desempregado. Experimente exercer uma atividade dessas por 12 horas
corridas e veja, então, se é trabalho ou é ficar à toa.
Há cada vez mais gente, hoje em dia, que ganha a vida sem ter ligação
com um empregador – por necessidade, por circunstância ou por gosto. E
se o emprego que o sujeito tinha não existe mais, e não voltará nunca,
por que há um robô no seu lugar? E se a atividade que exercia
desapareceu? Ou se a empresa onde estava empregado fechou para o resto
da vida?
Mais: e se o cidadão “sem carteira” prefere trabalhar por conta
própria, porque ganha mais, ou porque se cansou de encher a própria
paciência com patrões, chefes e subchefes? O Brasil e o mundo vivem numa
economia nova. O emprego também é novo.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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