Tomara que o presidente encontre tempo para mostrar que o ano vai
terminar bem melhor do que começou - o que é omitido pela mídia em
geral. Augusto Nunes, no R7:
Com o fracasso da tentativa de ligá-lo ao caso Marielle, o presidente
Jair Bolsonaro imaginou que, pela primeira vez desde o dia da posse,
voltaria de uma viagem internacional liberado para comentar apenas as
boas notícias acumuladas entre a partida e o regresso.
Algumas trazia na bagagem, como os acordos comerciais com a Arábia
Saudita ou promissoras parcerias com investidores chineses. A elas
poderia juntar a redução do risco Brasil, a taxa de inflação perto de
zero, o recuo do desemprego, a queda consistente dos juros e outras
ocorrências animadoras.
Desta vez, coube ao filho caçula do presidente impedir que o pai
enfrentasse a crônica má vontade da imprensa com novidades capazes de
impressionar até profissionais do pessimismo. Já no começo da coletiva
de imprensa que se segue ao desembarque, Bolsonaro foi confrontado com o
surto nostálgico do deputado Eduardo Bolsonaro.
Se ocorrerem no Brasil manifestações semelhantes às registradas no
Chile, ameaçou o 003, o governo pode exumar o Ato Institucional n° 5.
Esse é o codinome da ditadura militar imposta ao país entre 1968 e 1978.
Previsivelmente, entraram em campo os oportunistas de sempre.
Políticos do PT e do PSOL — todos apaixonados por tiranias
esquerdistas — vestiram a fantasia de democrata desde criancinha,
declamaram poemas ao Estado de Direito e louvaram a liberdade que sumiu
de Cuba e da Venezuela. Bolsonaro avisou que quem pensa em AI-5 está
sonhando. Em seguida, ordenou a Eduardo que pedisse desculpas.
Tomara que o presidente encontre tempo para mostrar que o ano vai terminar bem melhor do que começou.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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