O deputado, mais uma vez, jogou fósforo num tanque de gasolina ao prever
que o Brasil pode vir a precisar de um novo AI-5, escreve J. R. Guzzo
em sua coluna no jornal Metrópoles:
Se o rei da Espanha ainda fosse o o rei da Espanha, se encontrasse o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
numa esquina de Brasília, e se lembrasse da pergunta mais interessante
que fez em sua vida – alguns anos atrás, para o ditador da Venezuela na
época – bem que poderia dizer ao filho do presidente: “Por que não te
calas?”.
O deputado, mais uma vez, jogou fósforo num tanque de gasolina ao prever que o Brasil pode vir a precisar de um novo AI-5 para conter o extremismo de esquerda – um despropósito que só serviu para armar mais uma onda de indignação contra o “DNA ditatorial desse governo que está aí”, sincera em uns casos, hipócrita em outros, mas com certeza 100% desnecessária.
Eduardo Bolsonaro, como 512 outros deputados brasileiros,
tem o direito de falar o que bem entende – e, mais ainda, não pode ser
punido pelo que diz, pois tem a imunidade parlamentar que protege o
direito de expressão no Congresso. É certo, também, que muitos dos seus
inimigos à esquerda passam a vida dizendo barbaridades até piores.
Mas toda vez que ele fica quieto ajuda um colosso – ao sossego
público, ao governo e ao próprio pai. Muita gente, em agradecimento às
graças recebidas, faz promessas de ficar um ano inteiro sem comer doce,
ou coisas assim. Eduardo bem que poderia prometer a si e a nós todos que
vai passar os próximos 365 dias sem abrir a boca.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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