Coluna de Alexandre Garcia, publicada pela Gazeta do Povo:
Só para lembrar, dia
18 de julho o Congresso entra em férias e está cheio de coisas que
precisam ser resolvidas até lá. Principalmente a reforma da Previdência,
que é essencial e inadiável. Fernando Henrique Cardoso fez um pouco.
Lula fez um pouquinho. Temer tentou, e ganhou zero lá no Congresso.
Agora, pelo menos, já
estão cedendo R$ 650 bilhões - quando é necessário R$ 1 trilhão para
aliviar o Brasil e fazer o país decolar, para começar a criar emprego,
investir e crescer a economia. Isso é necessário porque o país está
parando por falta de dinheiro.
O governo está
precisando de crédito suplementar de R$ 249 bilhões para pagar seus
programas sociais porque senão não vai ter dinheiro para o Bolsa
Família, para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf) e para o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A cobertura das manifestações de domingo
Gente, o que é isso?
Os jornais do exterior estão relatando algo que aconteceu em outro país.
Eles dizem que foi uma manifestação de extremistas a favor de um
presidente militar. O presidente foi deputado durante 28 anos e 15 anos
militar. O que está acontecendo?
E os nossos estão
dizendo que foi uma manifestação muito pequena. A Av. Paulista foi
recorde de povo, na Av. Atlântica, no Rio de Janeiro, só perdeu para o
Reveillon. Será que as pessoas que falam isso não viram as fotos? Ou é
medo da patrulha, ou é a grande vontade de negar o óbvio. Negar imagens,
negar fatos. Mas tudo bem, cada um fala o que quiser.
Chegaram a lamentar o
clima hostil das ruas. O sujeito está lamentando a democracia, o
analista lamentando o povo na rua. É incrível.
Lamentaram que o
presidente tenha dito que as manifestações eram contra as velhas
práticas da política. Estão a favor das velhas práticas também?! É
incrível, parece que está todo mundo louco.
Uma legislação para cada estado
Eu ouvi aquela boa
entrevista do presidente na noite de domingo para a TV Record em que ele
tem uma ideia nova: passar a legislação – que a Constituição diz que é
da União – para os estados. Pouco a pouco a gente fica parecido com os
Estados Unidos nisso, porque os EUA têm legislação estadual. Crimes são
diferentes de estado para estado.
Ele falou na
legislação de meio ambiente, que cada estado conhece as suas
necessidades. As Assembleias Legislativas conhecem as necessidades: a do
Rio Grande do Sul, a de Roraima, a do Rio de Janeiro, a do Acre, a de
Santa Catarina, a do Pará. São todas necessidades diferentes. Não se
pode aplicar uma legislação ambiental para o país inteiro.
Outro tipo de
legislação também pode ser a de trânsito. Vejam só os estados do
Nordeste: tem muita moto - o jegue foi substituído pela moto. Por isso, a
legislação tem que ser um pouco diferente porque a moto virou o veículo
de necessidade familiar do Nordeste.
E outro registro
Nesta terça-feira
(28) o Senado examina a MP que reduziu o tamanho dos ministérios e vai
haver uma tentativa de trazer de volta o Coaf - que sempre foi do
Ministério da Fazenda - para o Ministério da Justiça, de Sérgio Moro.
Não sei se vai ser
possível porque se fizerem essa alteração vai ter que voltar para a
Câmara, e a MP vence obrigatoriamente no dia 3 de junho.
A vida do brasileiro
Na segunda-feira
(27), caiu um avião monomotor, e morreram três. A cobertura que se deu
para isso em um dia em que morreram nas estradas brasileiras 113
brasileiros é uma coisa incrível. A gente não se escandaliza com mortes
diárias de 113 brasileiros - essa é a média do ano passado pelo DPVAT.
Vejam só quantos
ficam inválidos no trânsito permanentemente por dia: 778 brasileiros.
Está na hora da gente pensar sobre esse problema. As indenizações para
moto são de 75%; no entanto, a moto significa apenas 27% da frota. Esse é
outro problema bom para ser pensado a propósito da legislação estadual
sobre trânsito.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário