O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta
segunda-feira (1º) que “é direito” dos palestinos reclamarem de sua
intenção de mudar a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém e que
tem até 2022, quando termina seu mandato, para fazer a transferência. A
declaração foi dada após Bolsonaro sair de um almoço em um hotel em
Jerusalém, um dia após anunciar a abertura de um escritório de negócios
na cidade -uma repartição sem status diplomático. Nesta segunda, o
brasileiro voltou a afirmar que pretende mudar a embaixada, uma de suas
promessas de campanha. Ele chegou neste domingo (31/3) a Israel e fica
no país até quarta (3). “Tenho compromisso, mas meu mandato vai até
2022. Tem que fazer as coisas devagar, com calma, sem problemas”,
afirmou ele. “O que eu quero é que seja respeitada a autonomia de
Israel. Se eu fosse hoje abrir negociações com Israel, eu colocaria a
embaixada onde? Em Jerusalém. Não queremos ofender ninguém, mas quero
que respeitem a nossa autonomia”, afirmou. Indagado por jornalistas como
essa decisão seria recebida pelos palestinos e se ela viola resoluções
da ONU sobre Jerusalém, o presidente disse que “é direito deles
reclamar”. No domingo, após o anúncio da abertura do escritório em
Jerusalém, a Autoridade Palestina condenou “nos termos mais fortes” a
decisão brasileira e convocou seu embaixador no Brasil para consultas. O
comunicado palestino considera a decisão brasileira “uma violação
flagrante da legitimidade e das resoluções internacionais, uma agressão
direta ao nosso povo e a seus direitos e uma resposta afirmativa para a
pressão israelense-americana que mira reforçar a ocupação e a construção
de assentamentos e na área ocupada em Jerusalém”.
Folhapress
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