sábado, 3 de novembro de 2018

Brasil é importante demais para se alinhar à política externa de outros países


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Prestígio da diplomacia brasileira é reconhecido e indiscutível
Roberto Nascimento
O Brasil tem um conceito de país conciliador no cenário das nações. Mantém relações diplomáticas baseadas no respeito as diferenças e na soberania das nações. Os diplomatas e militares brasileiros são considerados os melhores conciliadores dentre a elite das nações, tanto assim o é que foram enviados em missões de paz no Iraque, no Oriente Médio, na Ásia e nas Américas, em missões de paz, sempre com êxito.
Há quase 70 anos, o Brasil vem desempenhando um importante papel na história das operações de paz. Entre 1948 a 2015, o país participou de 50 missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), o que corresponde a 70% de todas as missões aprovadas.
DIPLOMACIA – Os presidentes brasileiros discursam em primeiro lugar na abertura dos trabalhos da Assembléia-Geral das Nações Unidas no mês de setembro. O presidente dos EUA discursa em segundo lugar. Os capacetes azuis brasileiros são respeitadíssimos quando enviados para mediar conflitos ao redor do mundo. Enfim, trata-se de um legado importantíssimo, o qual devemos manter, pois é uma tradição brasileira e motivo de orgulho para o nosso povo.
São tantos os luminares da diplomacia, que vou citar alguns de memória, como Barão do Rio Branco, Oswaldo Aranha, Afonso Arinos de Mello Franco, Gibson Barbosa, Azeredo da Silveira, Sérgio Amaral, dentre outros. O pragmatismo em política externa foi a tônica no Império, na República Velha e na Nova República, o que tem garantido uma boa relação com praticamente todos os demais países.
Nessa toada, o Brasil é grande o suficiente para seguir sua própria política externa sem alinhamento automático com nenhuma nação, principalmente os Estados Unidos de Trump ou qualquer que seja o presidente, Democrata ou Republicano.
QUADRO ATUAL – Por exemplo, o atual governo dos EUA vem implementando uma política de confronto econômico com a China, sobretaxando produtos chineses e impondo sanções aos governos da Rússia e do Irã. Ora, o Brasil tem sido contemplado com investimentos do governo chinês em variadas áreas da infraestrutura nacional, na área do petróleo, do agronegócio, da siderurgia, portos e aeroportos. A China importa soja, carne de boi, carne de frango e carne suína, além de ser o nosso maior importador de minério de ferro. Hoje temos superávit comercial com os chineses e déficit comercial com os americanos. Então pergunto: Qual a vantagem de se alinhar com Trump em detrimento do líder máximo da China, Xi Jinping?
PRAGMATISMO, SEMPRE – O ideal é a manutenção do relacionamento cordial e empresarial com as duas potências econômicas e militares do globo terrestre, em favor do Brasil.
O mesmo raciocínio serve para o Oriente Médio, mantendo-se as boas relações com Israel e com todos os países árabes. É o que a diplomacia americana e europeia vem fazendo ao longo dos séculos. Vejam o caso emblemático da Líbia e da Arábia Saudita: Duas ditaduras reconhecidas por gregos e troianos. Pois bem, liderados pelos EUA de Obama e com apoio da França, da Inglaterra, da Itália e da Holanda, fomentaram a insurreição dos rebeldes líbios, através do envio de armas e do apoio logístico dos drones assassinos, até derrubarem e matarem o ditador Kadaffi e seu filho no deserto, em fuga para o Sudão.
Porém, em relação ao reino saudita, os EUA e os países europeus quedam-se inertes, pois são dependentes do petróleo da Arábia Saudita e da exportação de armas e aviões de guerra para os sauditas. São pragmáticos ou não?
ERRO DE DILMA – Não podemos cometer agora o mesmo erro da presidente Dilma, que se intrometeu nos assuntos internos do Paraguai, quando do impeachment do presidente “bispo Lugo”, a ponto de suspender o Paraguai do Mercosul, com o apoio da Cristina Kirchner. Uma incomensurável bola fora da bacia.
Trazer para o nosso colo os problemas internos de outros países só prejudicará os negócios comerciais, que temos com todas as nações, gerando desemprego e déficits comerciais.
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