Os governos do PT foram comparsas de Hugo Chávez e Nicolás Maduro na
montagem da tragédia venezuelana. Este é assunto de extrema urgência,
alerta Augusto Nunes:
Enquanto aguarda o dia da posse, Jair Bolsonaro deveria limitar suas
incursões pela política externa a assuntos efetivamente urgentes. Figura
nessa categoria, por exemplo, a questão da Venezuela ─ e por vários
motivos. O país vizinho é flagelado por uma ditadura ainda em trabalho
de parto, a economia está em adiantado estado de decomposição, multidões
de venezuelanos cruzam diariamente a fronteira com o Brasil e os
direitos humanos são tratados a pauladas, fora o resto. Os governos do
PT foram comparsas de Hugo Chávez e Nicolás Maduro na montagem da
tragédia. Cumpre ao novo governo fazer o contrário do que fizeram os
arquitetos desse crime histórico.
Se o drama venezuelano requer ações urgentes, outras questões podem
esperar mais tempo. Não faz sentido, por exemplo, anunciar a
transferência da embaixada brasileira em Israel de Telavive para
Jerusalém sem antes examinar, cuidadosamente, os possíveis efeitos da
decisão sobre as relações entre o Brasil e os países árabes. Tampouco
faz sentido escorregar em palavrórios que ameacem a estabilidade das
relações com a China, país que se tornou o principal parceiro comercial
do Brasil. Essas trapalhadas equivalem a atravessar a rua para pisar a
casca de banana estendida na calçada do outro lado.
Muito mais relevante é concentrar-se no sepultamento da política
externa da canalhice, adotada pelo Brasil enquanto Lula e Dilma
estiveram no poder. Para tanto, basta que o presidente eleito determine
ao Itamaraty que subordine suas ações não a preferências ideológicas ou
parcerias cafajestes, mas aos interesses nacionais.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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