domingo, 30 de setembro de 2018

Indecisos representam mais de 10 milhões de eleitores


TUDO NEWS
A uma semana das eleições presidenciais, aproximadamente 10,3 milhões de eleitores – 7% do universo de votantes – ainda não escolheram em meio ao baralho eleitoral das 13 candidaturas em quem depositar confiança para presidir o país. O grupo de eleitores indecisos que enfrentará as urnas no próximo 7 de outubro é quase duas vezes maior do que a diferença de 3,28% que, no segundo turno de 2014, deu a vitória a Dilma Rousseff (PT) sobre Aécio Neves (PSDB).  Assim como em 2014, eles carregam nesta eleição uma responsabilidade que não tinham nas disputas presidenciais entre 1994 e 2010, quando com ou sem o voto, o cenário da polarização entre o PT e o PSDB dava o tom da corrida, praticamente decidida já no início das campanhas. São diferentes perfis dos indecisos aqueles que ainda não escolheram um candidato.
Em todas as eleições do Brasil redemocratizado, as taxas de indecisos concentram, em média, o dobro de mulheres em relação aos homens. Embora o comportamento político seja explicado por um conjunto de variáveis psicossociológicas, demográficas e econômicas – renda, escolaridade, religião, territorialidade, atividade profissional, vínculos familiares – o gênero carrega maior poder explicativo para indecisão feminina.
Histórica e culturalmente excluídas dos espaços de poder e da vida partidária, sub-representadas com taxas que variam entre 4% e 10% das cadeiras nos legislativos brasileiros, as eleitoras levam mais tempo do que homens para se posicionar politicamente. Uma das hipóteses para essa atitude sustenta que, ainda carregando a maior parte do trabalho familiar, as mulheres, que em sua rotina vivenciam mais intensamente a política por meio de sua experiência com os serviços públicos – principalmente saúde, educação e programas de distribuição de renda –, começam a prestar atenção aos candidatos em disputa mais tarde, em geral, a partir do início da propaganda eleitoral.
Não apenas os indecisos de 2018, que neste momento da campanha eleitoral integram taxas históricas próximas àquelas registradas nas quatro últimas eleições, mas um voto mais volátil em que 40% informam que ainda podem mudar de opinião – num cenário de judicialização da política – se soma ao potencial para surpresas. A disputa deste ano se processa num ambiente político e social movediço, que dificulta para o eleitor encontrar referências que lhe sejam confiáveis:  crise econômica, que se soma a um governo federal fraco, incapaz de conduzir a própria sucessão, o presidente Michel Temer (MDB) tornou-se o “ogro” da disputa, com os candidatos da base eleitoral – como Geraldo Alckmin (PSDB) – e do próprio partido – Henrique Meirelles (MDB) – negando vínculos políticos e relação de participação no governo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário