quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Marina Silva diz ser a melhor alternativa e condena a liberação da venda de armas


Na CNA, Marina tentou tranquilizar os produtores rurais
Maria Lima
O Globo
A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira que sua religião a impede de jogar uma “praga” no candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Marina fez a declaração enquanto comentava a semelhança entre sua candidatura presidencial em 2014 — quando ela chegou a liderar as pesquisas, mas caiu após ataques dos adversários — e a de Bolsonaro neste ano. “Eu só não desejo que aconteça com ele o que aconteceu comigo porque minha fé não me permite jogar praga” — respondeu Marina, durante sabatina promovida pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em Brasília.
A candidata disse que, na eleição passada, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) chegaram ao segundo turno com recursos de caixa dois e que a diferença para esse ano é que as pessoas conhecem a verdade. “Eu posso não ser uma coqueluche, mas com certeza sou a melhor alternativa dessa eleição” — disse.
AGRONEGÓCIO – Em uma nova tentativa de aproximação com o setor do agronegócio, Marina disse saber que muitos integrantes do setor têm “dúvidas” sobre sua candidatura, mas afirmou que eles não devem ter “medo” dela.
— Sei que tem muitos de vocês aqui têm dúvidas sobre a minha pessoa. Mas não precisam ter medo de mim — afirmou, dizendo que é melhor tratar “com quem sabe onde está pisando”.
Ao falar da crise econômica, a candidata disse que ela não foi causada por uma guerra ou um terremoto, e que o risco político não foi medido pelos últimos governos e causou grandes prejuízos. A candidata da Rede ainda aproveitou para ‘afagar’ os ruralistas.
CONTRIBUIÇÃO — A gravidade da crise só não é maior em função da contribuição enorme que vocês deram ao país. Temos que pensar o setor do ponto de vista estratégico, pensando onde a bola vai estar. É responsabilidade do governante em parceria com o setor” — disse Marina.
Após a sabatina, em entrevista, Marina voltou a se comprometer, se eleita, em cumprir as metas de desmatamento ilegal zero do novo Código Florestal e ampliar recursos para agricultura de baixo carbono. Sobre resistências que enfrentará, se eleita, com a mais forte bancada do Congresso, a ruralista, Marina prometeu vencer com o diálogo.
“Sempre trabalhei com o convencimento . Não tenho medo do diálogo com o Congresso” — disse.
ARMAMENTO – Sobre a proposta de armamento do campo, defendida por Bolsonaro e por Geraldo Alckmin (PSDB), Marina voltou a se posicionar de forma contrária, dizendo que é obrigação do governo garantir a segurança das famílias no campo. Ela lembrou que a lei já permite o porte de arma e que haja uma arma em casa em situações legais.
— A solução para segurança pública é não permitir que os bandidos usem armas, e não distribuir arma para a população se defender sozinha. Aí seria muito fácil se eleger presidente da República e dizer para as famílias, comprem sua arma. Quem tem que proteger é o estado, com o Sistema Nacional de Segurança Pública, ampliando contingente Polícia Rodoviária Federal para o combate ao tráfico de armas e drogas, trabalho integrado entre os governos, investigações que sejam feitas de ciclo completo. A violência não se combate só com polícia, mas com igualdade de oportunidades de serem inseridas nos processos produtivos — respondeu.
Marina também negou ter, em sua gestão como ministra do Meio Ambiente, no governo de Lula, dificultado a realização de grandes obras de infraestrutura fundamentais para o agronegócio.
— Isso é mentira, não criei dificuldade para infraestruturas. As hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau foram feitas na minha gestão, assim como o licenciamento da BR 163, a transposição do Rio São Francisco, porque nesses casos tínhamos capacidade técnica e confiança da sociedade para fazer – disse Marina.
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