Alckmin fechou com o
PR de Valdemar Costa Neto e ganhou um vice: Josué Christiano Gomes da
Silva, “o Alencar da Coteminas”. Valdemar ganhou a entrada no comando da
campanha com mais tempo de TV e, mais do que isso, ganhou os, digamos,
selos de proximidade com o PSDB. E o vice que Alckmin tinha ganho, tão
bom que pagaria a própria campanha, se evaporou. Não quer mais ser vice,
não. E pagar que campanha, se não sai?
A questão dos vices
está estranha. Bolsonaro começou tentando Magno Malta, de olho nos
evangélicos. De olho nos militares, tentou os generais Mourão e Villas
Boas. De olho nas eleitoras, tentou Janaína Pascoal. Esta, aliás, foi à
convenção para ser coroada. Fez um discurso discordando das posições de
Bolsonaro e também ficou fora. E agora, quem é o próximo?
É curioso: candidatos
com possibilidades de vitória (Bolsonaro é líder nas pesquisas, Alckmin
domina o tempo de TV) sempre têm grandes filas de candidatos. O vice se
elege com o voto do outro, trabalha pouco e só em certas ocasiões, pode
chegar à Presidência sem conquistar um único voto. Que é que está
ocorrendo? E não ocorre só na campanha presidencial: em Minas, o petista
Fernando Pimentel quer como vice o mesmo Alencar que até anteontem era
vice de Alckmin; em São Paulo, Paulo Skaf escolheu de vice uma oficial
da PM pouco conhecida. Jô Soares dizia que vice não chega nem a nome de
rua. Mas chega a presidente da República.
É samba!
Alckmin fechou com o
Centrão e logo começou a briga. Paulinho da Força, que lidera o SD,
Solidariedade, e a Força Sindical, foi ao candidato para reclamar de sua
posição contrária ao Imposto Sindical. Alckmin, mais Picolé de Chuchu
do que nunca, passou a defender uma tal “contribuição sindical
societária”. E que é esta “contribuição sindical societária”? Para
explicar de uma vez a questão, é a mesma coisa que Imposto Sindical:
pegar um dia de salário por ano de cada profissional, seja ou não
filiado ao sindicato, e dá-lo de presente a dirigentes sindicais.
Paulinho é sindicalista e gosta de Imposto Sindical. Em compensação,
Cristiane Brasil acusou Alckmin de recuar da posição inicial para
agradar um só partido do bloco. Ela, do PTB, parece acreditar que o
Centrão discute ideologias. Imagine: no Centrão, todos têm a mesma
ideologia, aquela, e não se discute.
Questão de sorte
Os astros ajudam
Alckmin. Era um deputado federal que jamais tinha participado do comando
de seu partido, o PSDB, quando foi escolhido por Covas para vice.
Estava lá quando o câncer levou Covas e o entronizou no Governo
paulista. Serra, que o sucedeu, era do mesmo partido e cultivava sua
ideologia: um grupo de amigos formado 100% por inimigos. Afastou os
alckmistas e deixou Alckmin fora do jogo, até que precisou dele e o
levou para o Secretariado. Ele ressuscitou. E se vingou: hoje, a ala
Serra do PSDB está isolada dentro do partido. Alckmin ia mal nas
pesquisas, mas fechou o acordo com o Centrão que lhe dá o domínio da TV.
Teve sorte de novo ao obter dois grandes reforços: a desistência de
Josué Alencar e a diluição do poder de seu coordenador de campanha,
Marconi Perillo.
Que se repete
Perillo, que conduziu
a campanha enquanto Alckmin desabava nas pesquisas, ainda tem algum
poder. Mas a sorte de Alckmin funciona: o apresentador Jorge Kajuru, que
disputa o Senado por Goiás, ameaça a posição de Perillo, seu
concorrente. E o candidato de Perillo ao Governo, o atual governador
José Elinton, tem menos da metade das intenções de voto de seu
adversário Ronaldo Caiado. Perillo talvez tenha de ficar em Goiás para
lutar pela sobrevivência política.
Fraqueja!
Lembra-se do dia em
que Bolsonaro disse que tem cinco filhos? Os quatro primeiro, homens; e
da quinta vez, “deu uma fraquejada” e teve uma menina. Pelo jeito,
Janaína Paschoal poderia ser vice, já que tem condições para isso, mas
dependeria de uma fraquejada do candidato.
Tem festa. Pague!
A OAB/Goiás e o
Instituto de Estudos Avançados em Direito lideram a campanha contra o
projeto de lei que concede licença-prêmio aos juízes do Estado. O
Tribunal de Justiça é a favor. A votação está marcada para hoje.
Comentário da
advogada Maria Thereza Alencastro Veiga: “A cada 5 anos trabalhados os
juízes e desembargadores terão três meses de descanso. Lembrando que têm
dois meses de férias por ano mais 17 dias de recesso no fim de cada
ano, terão em média 95 dias de férias por ano (…) Vai custar R$ 200
milhões por ano (…) a ideia é reduzir o horário de atendimento do Poder
Judiciário para fazer caber esta história no Orçamento”.
É vendaval
A licença-prêmio é retroativa e pode ser paga em dinheiro.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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