terça-feira, 22 de maio de 2018

PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS TEM POTENCIAL DE DERRUBAR TEMER?



Primeira consideração de deve ser feita com relação a greve dos caminhoneiros, que se inicia amanhã, segunda-feira, dia 21 de maio, é que ela conta com a adesão patronal, como no golpe de 2016. Porém, há uma diferença, ela conta também com a adesão da Confederação Nacional dos Transportes Autônomos (CNTA), ou seja, não é apenas patronal.
Segunda consideração importante, há, no horizonte próximo, uma greve já autorizada aos funcionários da Petrobras, incluindo os trabalhadores de refinarias que serão privatizadas. Assim, o sentido de convocação de greve geral pode ganhar força, já as duas categorias estão pedindo o apoio de outras entidades trabalhistas.
Terceira consideração, os caminhoneiros, que têm perfil conservador e, em muitos casos de ultra-direita, estão tentando uma aliança com o MST. Esse é um fator inédito desde o golpe de 2016, que pode retratar a união de correntes antagônicas em torno de um objetivo.
Como os caminhoneiros tem grande dificuldade de interação entre outras categorias e isso é histórico, fica difícil concluir que haverá apoio direto de outros setores à greve, transformando o caso numa greve geral. Porém, existe uma pequena chance de que isso ocorra, desde que setores progressistas compreendam que hora de parar, mesmo que cada categoria faça reivindicações pertinentes ao que desejam.
Somente se as diversas forças e corrente políticas compreenderem que todos estão insatisfeitos por algum motivo e que uma paralisação conjunta possa ser feita com pautas individuais, ou que unam seus setores de forma distinta, a paralisação dos caminhoneiros poderá causar grandes problemas a Temer. Sua queda, mesmo improvável, não é impossível e essa conjuntura é mais provável hoje, que em qualquer outro momento antes do golpe.
Como a história do Brasil mostra que as grandes revoltas acontecem com um estopim, tudo é possível, mesmo que improvável.

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