| Paulo Okamoto, presidente do pseudo-instituto. |
A prisão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agravou a já agonizante situação
financeira do instituto que leva seu nome. Com previsão de gasto de R$
120 mil mensais, o Instituto Lula tem pouco menos de R$ 200 mil em
caixa. E esse dinheiro está bloqueado pela Justiça.
Para pagamento de
despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários de seus
funcionários, o instituto tem sido obrigado a pedir à Justiça a
liberação dos recursos.
No dia 15 de março, a
entidade lançou uma campanha para arrecadar R$ 720 mil, suficientes
para cobrir gastos do primeiro semestre. Desses, 68% são para
funcionários. Outros 14% referem-se a custos com água, luz e telefone.
Um mês e meio depois
de iniciada, porém, a vaquinha só conseguiu amealhar 26,8% da meta.
Foram R$ 193 mil até esta quarta-feira (2).
Como as doações foram
feitas via internet, esse dinheiro também está bloqueado. Sem a
presença de Lula para impulsionar a campanha de arrecadação e com
aumento das despesas de viagens a Curitiba, onde o ex-presidente está
preso, o instituto intensificou os cortes de custos.
Uma das medidas foi a
transferência do aluguel de um prédio anexo para o PT, onde funcionavam
administração e diretorias da instituição. Assim pouparia R$ 10 mil
mensais.
O PT instalou no
endereço a comissão responsável pela elaboração do programa de governo
de Lula, a cargo do ex-prefeito Fernando Haddad. O instituto também
reduziu a folha de pessoal à metade. Hoje, conta com sete funcionários.
Pelo menos cinco colaboradores diretos do ex-presidente, como seus
assessores de imprensa, estão hoje contratados pelo PT.
As despesas com a permanência de auxiliares do ex-presidente em Curitiba correm por conta do partido.
Desde o ano passado,
diretores do instituto foram incorporados à estrutura partidária com
direito à remuneração. É o caso do ex-ministro Luiz Dulci, hoje na vice-
presidência do PT.
O partido custeou ainda as caravanas que Lula protagonizou pelo Nordeste, Sul e Sudeste.
A crise é efeito da
Operação Lava Jato. As investigações afugentaram empresas contratantes
de palestras do ex-presidente, pelas quais Lula recebia cerca de R$ 200
mil.
De 2011 até 2016, a
arrecadação chegou a R$ 32 milhões. Como o instituto era enquadrado como
uma instituição sem fins lucrativos, pagou cerca de R$ 2 milhões em
impostos. Os outros R$ 30 milhões foram gastos com seu funcionamento.
Em agosto de 2016, a
Receita suspendeu a isenção tributária do instituto retroativamente a
cinco anos, alegando que a instituição realizou gastos estranhos a
atividades típicas de uma ONG.
A cobrança de
impostos, somada à aplicação de multas, supera R$ 15 milhões. Por isso,
as contas pessoais de Lula e do presidente do instituto, Paulo Okamotto
foram também bloqueadas.
Diante das
dificuldades financeiras, Okamotto planeja lançar uma campanha de
arrecadação em espécie, evitando novo bloqueio dessas doações. Os
apoiadores do ex-presidente organizaram um brechó em busca de recursos
para o acampamento em defesa de Lula em Curitiba.
“Estamos aumentando
as atividades realizadas com voluntários”, afirma Okamotto. Sobre a
baixa arrecadação da campanha, ele diz que o instituto pagará suas
despesas. “Só foi iniciada há um mês. O instituto não irá fechar”.
(Gazeta do Povo).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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