sexta-feira, 27 de abril de 2018

Prisão de Lula consegue unir, pela primeira vez, todas as centrais sindicais


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Charge do Gilmar (Arquivo Google)
Carlos Newton
É uma situação esdrúxula. Nunca antes, na história deste país, as sete centrais sindicais tinham conseguido apoiar uma pauta conjunta. Sempre houve muita disputa e controvérsia entre as diversas instituições e cada uma delas costumava comemorar o Dia do Trabalho com festejos separados, não havia congraçamento. Mas agora tudo mudou, porque o site da Fundação Perseu Abramo, presidida pelo economista Marcio Pochmann, anuncia que as sete maiores centrais sindicais do Brasil se uniram para comemorar o Dia do Trabalho através da realização de um ato público que pela primeira vez reúne CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CSB e Intersindical.
A manifestação do 1º de Maio deste ano será realizada em Curitiba, e as centrais, confederações, federações e sindicatos vão exigir a liberdade do ex-presidente Lula e a volta dos diretos trabalhistas extintos pelo governo Michel Temer (MDB-SP), considerado “golpista e ilegítimo” pela Fundação Perseu Abramo.
“PRESO POLÍTICO” – A convocação feita pelo site petista classifica Lula como “preso político”, mantido desde o dia 7 de abril nas dependências da Polícia Federal. Todos os presidentes das centrais estarão presentes, ao lado de parlamentares de partidos políticos oposicionistas.
“Nem mesmo nos governos Lula e Dilma as centrais se reuniram em torno de uma pauta comum, que neste caso, é a liberdade do ex-presidente Lula”, disse Roni Anderson Barbosa, secretário nacional de Comunicação da CUT, acrescentando: “É um ato inédito de reconhecimento do sindicalismo brasileiro aos avanços sociais que o governo Lula promoveu para os trabalhadores”.
Representantes das frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e de entidades sindicais de outros países, especialmente do Cone Sul (Argentina, Paraguai e Uruguai), também participarão do ato político, que começa às 16 horas.
SINAL DOS TEMPOS – Como se vê, o sindicalismo brasileiro mudou muito. Antigamente, os líderes das centrais somente se uniam em torno dos interesses dos trabalhadores. Isso não mais existe. Nas últimas décadas, os sindicatos se omitiram e permitiram que se multiplicasse a pejotização. Hoje, praticamente não existe trabalhador brasileiro com salário superior a R$ 15 mil que não esteja transformado em falsa pessoa jurídica, numa prática irregular que dá enormes prejuízos à Previdência, ao FGTS e à Receita Federal.
Até agora, ainda não se viu uma só central, confederação, federação ou sindicato que se levantasse contra os males da pejotização, esse jeitinho brasileiro de sonegar impostos e direitos sociais.  Em contrapartida, os sindicalistas se empenham com todas forças, inclusive gastando as verbas trabalhistas, para defender um criminoso vulgar como Lula da Silva, que não somente se corrompeu, como também envolveu em crimes os próximos filhos. Que país é esse?, perguntaria Francelino Pereira. E ele mesmo responderia: “Isso aí deve ser o novo sindicalismo de resultados”…
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