Aplicativo coneta catadores de lixo ás pessoas com produtos indesejáveis
Matéria publicada nesta sexta-feira (29) pela revista eletrônica The Economist fala sobre o Cataki, um aplicativo que desde julho vem conectando pessoas que têm lixo com catadores que estão operando em seus bairros. Os Catadores vendem produtos não recicláveis indesejados, como sofás e televisores também. No mapa do Cataki, as suas carroças aparecem no estilo Uber como ícones.
The Economist acrescenta que Thiago Mundano, um artista de rua que é o cérebro por trás de Cataki, insiste que é mais como Tinder (porque não cobra nada dos catadores). Em versões futuras, as pessoas publicarão fotos de seus lixo, e os catadores aceitarão ou rejeitarão deslizando para a direita ou para a esquerda. Fotos de catadores vão torná-lo ainda mais parecido com o Tinder, espera Mundano.
De acordo com a lei, os municípios devem coletar e classificar o lixo reciclável. Mas o governo de São Paulo recicla apenas 300 toneladas de lixo por dia, enquanto despeja 12 mil toneladas, aponta o noticiário. Os catadores recolhem quatro quintos dos resíduos reciclados da cidade. Graças a eles, 98% das latas de alumínio vazias do país são recicladas (os catadores recebem 2,7 reais, ou 85 centavos por quilo). Ainda assim, muito do que poderia ser reutilizado vai parar em um aterro sanitário. Um relatório realizado pelo Ipea em 2010, estimou que as cidades enterram 8 bilhões de reais de lixo reciclável por ano.
Alguns catadores pertencem a cooperativas e ajudam os governos das cidades a resolver o lixo que eles coletam. Seu sindicato, o Movimento Nacional de Catadores, ganhou um contrato para limpar estádios durante a Copa do Mundo de futebol realizada no Brasil em 2014. Mas, para a maioria, a retirada de lixo é um trabalho solitário e perigoso. Carros e caminhões às vezes derrubam. A polícia geralmente assume que são toxicodependentes, embora apenas uma minoria viva na rua. Em julho, a polícia de São Paulo matou a tiros um catador de 39 anos, Ricardo Teixeira Santos. "Não é um caso isolado", diz Mundano.
A maioria dos catadores não possui smartphones, então eles buscam colecionadores de telefones para se munir do seu novo equipamento de trabalho. Até agora, apenas 1.000 donos de casa e 300 catadores baixaram Cataki, mas o Mundano planeja espalhá-lo para além do Brasil, começando em outros países da América Latina. A base de usuários global poderia ser enorme, ele pensa.
De acordo com um relatório do Banco Mundial, 1% dos moradores da cidade nos países em desenvolvimento trabalham como coletores de lixo.
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