sábado, 30 de setembro de 2017

Renault Kwid: aspirante a mais vendido do Brasil


Marco Antônio Jr | A TARDE SP

No primeiro mês após seu lançamento o Kwid emplacou 2.890 unidades - Foto: Rneault | Divulgação
No primeiro mês após seu lançamento o Kwid emplacou 2.890 unidades
Rneault | Divulgação
Antes de falar sobre este compacto que tem vendido tanto a ponto da Renault ampliar sua capacidade de produzi-lo, é preciso saber com quem ele concorre. O Renault Kwid não bate de frente com o Chevrolet Ônix - líder isolado de vendas - e muito menos com o Hyundai HB20 ou com o Sandero, outro francês de sucesso. O Kwid é como o soldado da trincheira, o bom e velho carro popular, limitado mas econômico, pau para toda obra, e no Brasil cumprir tudo isso é bem difícil.


O Kwid está no segmento de entrada e no primeiro mês após seu lançamento emplacou 2.890 unidades, o dobro do Fiat Mobi e Volkswagen Up! somados. Em termos numéricos, foram cinco vezes mais que o Chery QQ e três vezes mais que o Nissan March. O alarme da concorrência já soou nas demais montadoras, que tendem a baratear seus modelos ou lançar promoções. Qual é o segredo deste subcompacto que é tão audacioso a ponto de se autointitular como "SUV" dos compactos? Vamos aos fatos.
  1. Ele é o carro mais barato de uma montadora tradicional. O modelo mais barato é o Chery QQ mas o preconceito ainda impede o sino-brasileiro de decolar. Por R$ 29,9 mil ele é quase R$ 8 mil mais barato que o VW Up! de entrada por exemplo.
  2. Estilo atual. As linhas do Kwid sugerem um modelo muito maior do que é. A dianteira inspirada nos utilitários com grande logo da marca, a boa altura em relação ao solo contribuem para que o carrinho seja bonito.
  3. Economia de combustível. Todo carro aspirante a líder precisa ser economico e nisso o líder Chevrolet Onix, ainda que tenha antiquado motor quatro cilindros não fica atras. Conseguimos média de 14,5Km/litro de gasolina em trecho urbano, o que garante ao carrinho nota A no selo Conpet do Inmetro.
  4. Tem sabor de novidade. Enquanto o Fiat Mobi, de gosto discutível, e o Up! não se mexeram muito, o Kwid tem estilo bem marcante, principalmente pela proposta de ser o "SUV dos compactos".
  5. Números não mentem. Os dados de venda mostram que a estratégia da Renault em manter o preço baixo do Kwid está correta. Geralmente, em caso de grande interesse, o preço sobe, com efeito do chamado ágio, inspirado pela lei da oferta e da procura. Ainda assim, e graças a manutenção do seu preço acessível, o Kwid emplacou quase 3.000 unidades por mês e a montadora já ampliou sua fabricação em São José dos Pinhais/PR para atender a demanda.
  6. Manutenção barata. Diferente de outros carros da Renault que tinham fama de manutenção mais cara, pela dificuldade de peças, a cesta de itens básicos do Kwid sugerem um custo acessível e não poderia ser diferente. O custo de cada revisão até os 30 mil quilômetros tem preço fixo de R$ 349.
Como já apontamos em outras ocasiões, o Kwid abre mão de muita coisa para custar pouco. O limpador de pára-brisa tem apenas uma haste, as rodas são presas por três parafusos, os bancos dianteiros são inteiriços e o equipamento eletrônico (som e Bluetooth) fica devendo em qualidade de som, para citar alguns itens apenas. Como pontos importantes o barulho interno é grande pois o isolamento acústico é bem ruim, pelas dimensões reduzidas os pedais são próximos demais e ouve-se o acionamento da embreagem sempre (pelo menos na unidade testada) e graças ao seu baixo peso, ele se mostrou instável em algumas situações de cueca mais acentuada ou alta velocidade em vias expressas. Ainda assim, seu motor de 70cv mostra agilidade no uso urbano, boa distribuição das marchas promovendo economia e desempenho, sem contar a ótima visibilidade e facilidade para manobras além da ergonomia, vital em um carro tão pequeno melhorando o conforto a bordo.

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