segunda-feira, 1 de maio de 2017

Projeto capacita escolas de BH para atender urgências e emergências médicas


Os espaços das instituições de ensino são ocupados, durante o treinamento, por aparatos que simulam paradas cardiorrespiratórias
Os espaços das instituições de ensino são ocupados, durante o treinamento, por aparatos que simulam paradas cardiorrespiratórias
Situações corriqueiras do dia a dia, como engasgar com um pedaço de alimento ou apresentar uma reação alérgica a uma substância, podem ser potencialmente perigosas. Nas escolas, tais circunstâncias são também uma realidade, e tornar o ambiente mais seguro para crianças e adolescentes é uma das prioridades dessas instituições.
O Amigo do Peito é um programa pioneiro de acompanhamento, capacitação e treinamento de leigos, nas escolas e empresas de todo o Brasil
De olho nisso, Ana Paula Bartolomeo, diretora da escola Trilha da Criança, no bairro Anchieta, região Sul de BH, concluiu, recentemente, o treinamento de primeiros-socorros com 98% do quadro de funcionários. “A segurança dos nossos alunos, das famílias e dos colaboradores sempre foi uma condição para o funcionamento da escola”, afirma.
A educadora conta que, mesmo não havendo histórico de emergências no local nos 27 anos de existência da instituição, há a garantia da capacitação para atender esse tipo de ocorrência.
Programa
A escola dirigida por Ana Paula é parceira do projeto Amigo do Peito, desenvolvido pela Curem, empresa mineira especializada no treinamento de médicos e profissionais de saúde que atua em quatro capitais do Brasil.
O programa, voltado para leigos, prevê a implantação de atividades didáticas nos colégios, capacitando alunos, professores e outros funcionários para o atendimento a situações de urgência e emergência.
O foco do projeto criado em BH é o reconhecimento e tratamento inicial de paradas cardíacas, mais comuns entre os adultos. Entretanto, também ocorre entre os mais jovens.
O médico Hélcio Neto, idealizador do programa e diretor da Curem, explica que a capacitação engloba massagem cardíaca, técnicas de ressuscitação, desobstrução das vias aéreas, dentre outras.
“É uma oportunidade de oferecer mais condições de sobrevida à população, preparando o maior número de pessoas para atuar na sociedade e promover a vida. O aluno de hoje será o pai de amanhã. Logo, é importante criarmos essa mentalidade na população”, aponta o especialista.
Dados sobre o acometimento de pessoas por paradas cardiorrespiratórias (PCRs) reforçam a preocupação do médico. Entre 70% e 80% dessas ocorrências acontecem em ambiente extra-hospitalar. No Brasil, uma pessoa é vítima de morte súbita a cada dois minutos e as PCRs são responsáveis por 30% de todos os óbitos no país.
Alunos se animam com o novo aprendizado
O Colégio Santa Dorotéia, no bairro Sion, também na região Sul da capital, é outra instituição que já realizou o treinamento com os profissionais do Amigo do Peito. O projeto abrangeu não só professores e colaboradores, como também os estudantes do ensino médio.
“Estamos proporcionando aos nossos alunos, além de importante conteúdo, a possibilidade de serem bons cidadãos, capacitados para atuar em situação de emergência, fazendo o bem ao outro”, destaca Ana Loureiro, coordenadora do Departamento de Educação Física e Artes do colégio.
A engenheira de segurança do trabalho Maria Beatriz de Freitas Lanza, de 47 anos, disse que a filha Ana Tereza, aluna do 2º ano do ensino médio, ficou animada com o curso. “Ela me contou com muito entusiasmo sobre o treinamento e sua utilidade”, comentou.
João Pedro Barreto Costa Almeida, estudante do 3º ano, destacou a importância do aprendizado dos primeiros socorros.
“Foi uma experiência que nos ensinou, de maneira simples, a salvar a vida de alguém”, comemora.

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