Luana Almeida
A TARDE
Após o acidente ocorrido na última quarta-feira, 25, que vitimou um garoto de 11 anos, que caiu do 20° andar do prédio onde morava, no Horto Florestal, a insegurança dos pais da menina cresceu. A preocupação não é à toa: o episódio é o segundo envolvendo crianças ocorrido em Salvador nos últimos três anos.
Para tentar coibir esse tipo de ocorrência, o Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro) busca, desde 2015, a certificação compulsória das redes de proteção. A partir desse regulamento, esses produtos só poderão ser produzidos e comercializados caso obedeçam a requisitos obrigatórios a serem seguidos por todas as empresas que os fabricam.
Por meio da certificação, o Ibametro poderá fiscalizar e auxiliar empresas que produzem e instalam as redes de proteção em todo o estado a se adequarem às normas que garantam a segurança do consumidor.
“A certificação, autorizada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), atesta ao consumidor que aquele produto passou por testes que garantem maior segurança”, explicou o diretor-geral do Ibametro, Randerson Leal.
A previsão, de acordo com o diretor do Ibametro, é que a certificação compulsória do Inmetro seja conferida ao produto em 2018. Até lá, o especialista recomenda que os consumidores estejam atentos na hora da aquisição, instalação e manutenção.
16046
é o número da norma ABNT/NBR que atesta a realização
de todos os testes de resistência. Esta informação deve constar na
embalagem do produto e isso deve ser observado pelos consumidores
O primeiro passo, segundo ele, é observar o tipo de material utilizado. “Para maior segurança, as telas devem ser feitas de material entrelaçado, para dificultar o corte. Não devem ser utilizados produtos metálicos. O consumidor deve observar se nas embalagens consta o número da norma ABNT/NBR 16046, que atesta que o produto passou por testes de resistência à propagação de fogo, tratamentos anti raios UV e contra apodrecimento, dentre outros critérios de segurança”, recomendou.
A instalação, segundo Randerson, deve ser feita por uma empresa especializada. Além disso, as redes de proteção devem ter validade ou garantia máxima de três anos.
“Após esse prazo, o consumidor deve substituir a rede de proteção, que pode se desgastar com ação do sol e da chuva, além de outros fatores externos. É importante, ainda, ficar atento, mesmo dentro do prazo de validade, aos parafusos que prendem a rede, que podem oxidar”, recomendou.
O especialista atenta, ainda, para os espaços da tela. As redes precisam ter, no máximo, cinco centímetros entre nós (malha tamanho 5 x 5 cm), para que a criança não consiga abri-la.
A apreensão com o acesso do filho às janelas de casa é tamanha que Luciara cogita instalar grades de ferro, para maior proteção. “É difícil ficar tranquilo sabendo que até mesmo as telas não são 100% seguras”, disse.
Caso
O corpo do garoto que morreu após cair do 20° andar foi sepultado na tarde da última quinta-feira. O menino estava arrumado para participar do aniversário de um colega antes de cair da janela do prédio.
Segundo depoimentos de familiares, a criança estava em casa com a babá e a irmã. Os pais, que são médicos, estavam trabalhando no momento da queda. O caso está sendo investigado pela 26ª Delegacia Territorial (DT/Brotas).
A polícia trabalha com a hipótese de que a queda tenha sido causada por acidente. Segundo informações preliminares da perícia técnica, o corpo da criança passou pela rede de proteção, que foi retirada dias antes do acidente para viabilizar a reforma da área externa do prédio e recolocada incorretamente.
Cuidados recomendados
Compra - Para contratar o serviço de instalação de redes de proteção em janelas ou varandas, opte por lojas especializadas. Não instale as redes por conta própria nem utilize materiais metálicos

É importante observar o estado dos parafusos que, em região próxima ao mar, podem oxidar
Validade - As redes de proteção têm validade ou garantia máxima de três anos. Após esse prazo, o consumidor deve substituir o produto, ainda que esteja com boa aparência
As telas têm que ser feitas com fios entrelaçados e com espaçamento mínimo de 5 cm entre os nósManutenção - Esteja atento à coloração da tela e ao estado físico dos parafusos. Os materiais, ao longo do tempo, podem se desgastar, em decorrência do salitre ou ação do sol e da chuva
Quando as redes começam a apresentar coloração escura, a resistência fica comprometida
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