quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Justiça Eleitoral manobra para retardar o julgamento da chapa e beneficiar Temer


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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
Augusto Elisio Chelotti
Essa história das buscas nas gráficas que prestaram (ou não prestaram) serviços para a campanha Dilma/Temer deixou-me com o bicho carpinteiro azucrinando minhas idéias. Há muitos meses todos sabiam a história dessas gráficas. Isso já foi divulgado à exaustão. Por que, só agora, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, tomou essa providência? Muito estranho.
O PSDB, que abriu as denúncias contra a chapa PT-PMDB para a presidência da República, deseja que fique o dito pelo não dito. Depois do impeachment de Dilma Rousseff, se aliou a Michel Temer.
Agora, tenta-se adiar o máximo possível esse processo de julgamento da chapa vencedora das eleições. O desejo do PMDB, PSDB e outros partidos é que o julgamento só aconteça depois de 2018. Já se fala, inclusive, em se anexar ao processo no TSE as delações da Odebrecht, que ainda nem foram homologadas.
FINA SINTONIA – O ministro Gilmar Mendes, como bem explicou o jornalista Bernardo Mello Franco na Folha, demonstra fina sintonia política com Michel Temer. E a justificativa para empurrar o processo com a barriga é que, ruim com Temer, pior sem Temer. Se ele for defenestrado da Presidência, ninguém sabe quem vai ocupar a cadeira presidencial. Assim, pelo sim pelo não, é melhor deixar como está para ver como é que fica, como se diz em Minas Gerais.
Pelo que se sabe, as provas de corrupção, caixa 2, pixulecos, são abundantes, irrefutáveis e robustas, suficientes para a impugnação da chapa Dilma-Temer.
PROCESSO SEM FIM – Se a cada momento forem anexados novos documentos, novas provas, com novas diligências, o processo não terá fim, pois a cada ato abrem-se prazos para as defesas se manifestarem. Assim, quando o julgamento vier, já houve eleições e o novo presidente da Republica estará governando.
Não há nenhum motivo para se adiar esse julgamento. Não há necessidade de novas provas, depoimentos, delações, fatos novos. Basta que se cumpram as leis.
O problema é que em nosso país ainda impera a doença da politicalha, que foi magistralmente definida por Ruy Barbosa: “Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a higiene dos países moralmente sadios; a politicalha é a malária dos povos de moralidade estragada”.
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