O Globo
Levantamento do Globo mostra que em setembro e outubro deste ano o ex-presidente Lula gastou R$ 6.916,74 com combustível, 11 vezes mais que a ex-presidente Dilma Rousseff e oito vezes mais que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Uma estimativa aponta que Lula e equipe percorreram cerca de 240 km por dia nesse período, que compreende os dois primeiros meses da petista como ex-mandatária.
Lula custou à Presidência R$ 6.916,74 com abastecimento de combustível. No mesmo período, Fernando Henrique gastou R$ 864,11, e Dilma despendeu R$ 594,50. Os ex-presidentes têm à disposição até dois veículos, que costumam ser da categoria sedan premium ou sedan grande. Segundo médias de gasolina por município da Agência Nacional do Petróleo (ANP) no período, e considerando-se um consumo médio de 7 km por litro de gasolina desse tipo de automóvel — estimativa conservadora —, Lula percorreu nesses dois meses 14.284 km. O tucano andou 1.780 km, enquanto a sucessora de Lula correu 1.074 km.
ALTO CONSUMO – Dilma faz deslocamentos onde mora, em Porto Alegre, no bairro Tristeza, enquanto Lula costuma abastecer no posto Estônia 3, em São Bernardo do Campo, e FH, no posto Hygienópolis, em São Paulo. Os dados de abastecimento de Dilma ainda não estão disponíveis no Portal da Transparência e foram obtidos pelo Globo. Em 2016, Lula já custou aos cofres públicos R$ 32.439,51 com as idas aos postos. FH, R$ 6.422,21.
Procurado, o Instituto Lula afirmou que o petista precisa se locomover mais porque mora a 30 km de São Paulo, onde trabalha, e que Lula sempre percorreu mais o país: “Lula sempre circulou mais o Brasil, esteve em mais atividades, foi mais à periferia do que outros presidentes ou ex-presidentes”.
TUDO DE GRAÇA – Os direitos de ex-presidentes foram definidos por uma lei de 1986, no governo José Sarney. Quem cumpriu um mandato no Planalto pode contar com dois carros e oito funcionários: dois motoristas, quatro servidores para a segurança pessoal e mais dois assessores. Todos são de livre nomeação e custeados pela Presidência da República.
Nesse mesmo período — setembro e outubro —, além dos R$ 594,50 com gasolina, Dilma gastou mais de R$ 98 mil com salário de sua equipe e R$ 35,2 mil com diárias e passagens para a comitiva. Dilma foi destituída do cargo em 31 de agosto, mas deixou o Palácio da Alvorada rumo a Porto Alegre em 6 de setembro.
Segundo entendimentos do Supremo Tribunal Federal, os direitos justificam-se porque o ex-presidente é uma figura permanentemente associada ao governo e ao Estado, mesmo após o mandato. Além disso, é ressaltado que há grande interesse público na proteção de uma pessoa que ocupou o maior cargo na administração pública nacional.
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