Correio Braziliense
Já está comprovado que ao menos seis empresas são suspeitas de pagar ou oferecer R$ 145 milhões em propinas entre 2005 e 2015 para 11 parlamentares a fim de criarem ou modificarem 25 projetos de leis e medidas provisórias, de acordo com levantamento do Correio. Foram analisados papéis das operações Zelotes e Lava-Jato, que se baseiam em depoimentos, colaborações premiadas, mensagens de e-mails, anotações em agendas e transferências bancárias, contidos em sentenças, relatórios da Polícia Federal e denúncias do Ministério Público.
Parte da legislação supostamente “comprada” não foi identificada totalmente, com o nome do pagador, do “vendedor” do valor e ou mesmo da norma exata que seria negociada. A maioria das regras em discussão se refere a impostos e a isenções fiscais, assunto estratégico no mundo das finanças.
COMPRADORES – As empresas apontadas como “compradoras” de leis no Congresso são as construtoras Odebrecht e OAS, a siderúrgica Gerdau, o banco BTG Pactual e as montadoras de automóveis Caoa Hyundai e MMC Mitsubishi. Esta última teve dois executivos condenados pela Justiça por corrupção ativa acusados da “compra” da MP 471.
À exceção da Odebrecht, que admitiu ter cometido crimes, todas as empresas têm negado participação nos esquemas. O BTG Pactual lidera a lista com R$ 45 milhões, seguido pela Odebrecht, com R$ 27 milhões. Um grupo de lobistas, geralmente contratados por montadoras não totalmente identificadas neste episódio, é suspeito de encaminhar outros R$ 45 milhões para modificar uma medida provisória no Congresso.
OS VENDEDORES – Os parlamentares e ex-congressistas apontados como “vendedores” são os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Ciro Nogueira (PP-PI), os deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Duarte Nogueira (PSDB-SP), o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os ex-senadores Gim Argello (ex-PTB-DF) e Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e o ex-deputado Carlinhos Almeida (PT-SP).
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