terça-feira, 1 de novembro de 2016

Premiê português defende que Brasil ocupe assento em conselho da ONU


António Costa discursou na noite desta terça durante jantar com Temer.
Brasil integra G4, grupo que defende reforma no Conselho de Segurança.

Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa (dir.), durante brinde em um jantar com o presidente Michel Temer (esq.); ao fundo, o ministro José Serra (centro) (Foto: Beto Barata/PR)O primeiro-ministro de Portugal, António Costa (dir.), durante brinde em um jantar com o presidente Michel Temer (esq.); ao fundo, o ministro José Serra (centro) (Foto: Beto Barata/PR)
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, defendeu na noite desta terça-feira (1º), durante jantar com o presidente da República, Michel Temer, que o Brasil ocupe um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

A reforma é um dos principais pleitos do Brasil junto à organização internacional. Atualmente, o país, inclusive, integra o chamado G4, grupo também formado por Japão, Alemanha e Índia, que defende mudanças.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia (ocupantes de assentos permanentes, com poder de veto), e mais dez países – que ocupam o conselho de forma rotativa e sem poder de veto.

"Essa reforma [do conselho] tem que prosseguir. E uma das formas que devemos prosseguir é com um novo Conselho de Segurança que corresponda àquilo que é realidade do mundo hoje. [...] E na realidade do mundo hoje não pode haver um Conselho de Segurança onde o Brasil não seja membro-permanente do Conselho de Segurança", afirmou António Costa.

O primeiro-ministro português fez o discurso ao participar de jantar ofereceido por Temer no Palácio Itamaraty, em Brasília, sede do Ministério das Relações Exteriores. Costa participou, nestas segunda (31) e terça, da 11ª Conferência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Durante o jantar, António Costa também brindou "ao mandato do presidente Temer" e, sem citar especificamente o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, agradeceu ao peemedebista por "mal ter tomado posse e já marcado essa reunião bilateral, que há mais de três anos não tinha lugar".

Futuro secretário-geral
Nesta segunda, após assistir à cerimônia de abertura da conferência da CPLP, o secretário-geral eleito da ONU, o português Antonio Guterres, também defendeu a reforma do Conselho de Segurança, durante entrevista à imprensa. Ele não chegou, contudo, a defender a presença do Brasil no conselho.

"As Nações Unidas precisam de muitos aspectos da reforma, no sentido de ser uma organização mais eficaz e que esteja mais ligada aos tempos de hoje e não aos tempos que corresponderam à sua formação", disse Guterres nesta segunda.

"E, como disse Kofi-Annan [ex-secretário-geral da ONU], não haverá forma de uma ONU completa enquanto o Conselho de Segurança [...] não se reformar. É evidente que esta é uma responsabilidade essencial dos Estados membros", acrescentou.

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