quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Cemitérios de BH têm programação especial neste feriado de Finados


Cemitério do Bonfim é o mais antigo de Belo Horizonte.
Cemitério do Bonfim é o mais antigo de Belo Horizonte.
Milhares de pessoas visitam os cemitérios de Belo Horizonte nesta quarta-feira (2), feriado de Finados. Só nos quatro cemitérios públicos da capital, Bonfim, Saudade, Consolação e Paz, até o fim do dia, devem passar cerca de 130 mil pessoas, segundo expectativa da Prefeitura. 
No cemitério do Bonfim, na Região Noroeste da capital, muita gente participou da primeira missa realizada pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Edson Oriolo. Ele lembrou que a data é também o momento de celebração. "Essa dinâmica de rezar pelos mortos é também para valorizar cada vez mais a própria vida, além de trazer também estas vida em nossos corações", explicou.
O cemitério do Bonfim é a necrópole mais antiga da cidade. O local é fonte de pesquisa devido ao acervo histórico, caracterizado por esculturas decorativas de túmulos e mausoléus de autoria. Em todo o local, podem ser observadas obras de arte de diversos estilos. 
Os túmulos mais visitados foram os da irmã Benigna e de padre Eustáquio. Nos dois, grupos de orações se alternavam em orações. A pedagoada Dulce Talhadas, 51, e o sobrinho Wendel Miranda, 43, fizeram questão de visitar os dois."Precisamos de pessoas assim como padre Eutáquio e irmã Benigna. Estou confiante na beatificação dela", afirmou Wendel. Dulce contou que teve um AVC no ano passado e que a data é uma oportunidade para celebrar a vida, para estar ali rezando. "Eu rezo a Salve Rainha para alma dela todos os dias", disse fazendo referência à irmã Beningna. Os restos mortais da também chamada Serva de Deus não se encontram mais no local desde março de 2012, quando foi aberto o processo de beatificação. Eles ficaram por um tempo na capela do Noviciado de Nossa Senhora da Piedade, na Região da Pampulha, e em outubro deste ano foram levados para a Serra da Piedade, onde deve ser construído um Memorial dedicado à irmã. 

Cemitério - Dia de Finados - BofimDulce e Wendel fizeram questão de visitar os túmulos de irmã Benigna e padre Eustáquio.
A aposentada Sebastiana de Oliveira de 76 anos também visitou o túmulo de padre Eustáquio. "Nós sabemos que ele não está aqui. Mas o pensamento está lá em cima", disse apontando para o céu. O marido de Sabastiana morreu há oito anos. Mas ela ainda carrega documento e fotos dele, que era devoto de padre Eustáquio. O dia é para rezar para o marido contou a aposentada. 
Marlei Lourdes de 38 anos não tem ninguém da família enterrado no cemitério do Bonfim. Mas levanta cedo há cinco anos para limpar os túmulos no local. Ela disse que não cobra pelo serviço, mas muita gente contribui. "É muito triste, gostaria de estar limpando o túmulo do meu pai também, mas é muito longe, no interior", disse. Já a dona de casa Geni Bustamante,70 anos, além do Bonfim, esteve também no cemitério da Colina e estava emocionada. "Muita lembrança, muita saudade. São tios, primos, mãe, pai, irmã, sobrinhos...", disse falando dos parentes mortos.
Para atender os visitantes, BHTrans, Guarda Municipal e Polícia Militar reforçaram o efetivo. O trânsito no entorno do cemitário foi alterado. Faixas indicam as mudanças. Durante todo dia, funcionários da PBH prestam esclarecimentos à população sobre a transferência de titularidade dos jazigos, alteração de dados e quitação de débitos. 
Venda de flores caiu, reclamaram os comerciantes
A crise também atingiu a venda de flores neste feriado de finados. Na porta do cemitério do Bonfim, o movimento no comércio de flores estava mais fraco em relação ao ano passado conforme informação de alguns vendedores à reportagem do Hoje em Dia. Patrícia Valadares, que todos os anos monta a barraca na entrada do cemitério, estima que a queda em relação a 2015 é de 30%. A dúzia da rosa, segundo ela, no ano passado, dava para fazer até por R$20 e este ano não consegue fazer por menos de R$30. "O crisântemo é o mais vendido porque é o mais barato, R$6 o raminho", contou. 
Ênia Santiago, 33, que também vende flores no local, confirmou que o movimento está muito abaixo do esperado e que as flores foram repassadas com preços mais altos. Ela disse que acaba reduzindo o lucro pra não perder a mercadoria perecível. "É muito difícil mesmo", desabafa.
Já o funcionário público aposentado Evandro de Souza, de 78 anos, fez a parte dele: negociou preço e pediu mais barato. "Estou comprando dentro das minhas possibilidades para fazer uma homenagem a meu pai e minha mãe", contou.

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