domingo, 30 de outubro de 2016

Servidora reclama de corte de café da manhã em unidade de saúde no Acre


Gerente da unidade de Manoel Urbano diz que medida visa corte de gastos.
Servidora também alega falta de pagamento de horas extras a plantonistas.

Quésia MeloDo G1 AC
Pai diz que não havia médico para atender filha (Foto: Vanderferson Coelho/ VC no G1 )Servidora reclama de corte de café da manhã servido aos plantonistas e alega falta de pagamento de hora extra (Foto: Vanderferson Coelho/ VC no G1 )
Uma servidora da Unidade Mista de Saúde de Manoel Urbano, interior do Acre, reclama que há alguns meses a administração do local cortou o café da manhã que era servido aos plantonistas alegando cortes de gastos. A mulher, que não quis se identificar, alega que os funcionários precisam sair para comprar alimentos em outro local ou levar de casa.

Ao G1, a gerente geral da unidade, Socorro Santos, alega que há oito meses a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) enviou uma orientação para que houvesse corte de gastos. Segundo ela, a refeição não é uma obrigatoriedade da unidade. Ela afirma que as duas refeições obrigatórias, almoço e jantar, continuam sendo oferecidas aos plantonistas que trabalham 12 horas e 24 horas.
"Ficamos com fome e a comida servida no jantar é horrível e servida fria. Não existe respeito com os servidores. Tememos que o almoço e jantar também sejam cortados. Essa situação para quem trabalha o dia inteiro é muito complicada, a pessoa acaba ficando doente", reclama a servidora.
A gerente alega crise e ressalta a necessidade de contenção de gastos. "Oferecemos o café até enquanto pudemos. Infelizmente não temos de onde tirar dinheiro para custear a refeição. O café era servido às 8h, mas entendemos que o servidor que entra às 7h já tomou café em casa", diz.

Horas extras
A servidora reclama também que na escala os plantonistas ficam de serviço no hospital e ao mesmo tempo no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e que não estariam recebendo horas extras. Ela conta ainda, que uma ambulância já quebrou após ser solicitada para ajudar no atendimento em outro município, mas os funcionários tiveram que pagar a passagem de ônibus para poder voltar para casa.
"Sou plantonista da unidade, mas fico a serviço do Samu também e não recebo um adicional de periculosidade. Se vamos no Samu para atendimento em Rio Branco, por exemplo, e passamos do nosso horário nós não recebemos nada. Eles não se importam conosco e a situação fica cada vez pior", lamenta.
Socorro nega as acusações e explica que não possuem uma unidade do Samu implantada no município, apenas uma viatura. Dessa forma, segundo ela, o técnico em enfermagem de plantão deve acompanhar a ambulância em casos de emergência. No caso de veículos quebrados, ela diz desconhecer a situação e informou que nesses casos seria solicitado o guincho.
Quanto as horas extras, Socorro alega que não o benefício não existe no regime de plantão adotado. Segundo ela, o servidores possuem conhecimento dessa medida e sabem que devem acompanhar os pacientes em situações emergenciais mesmo que passem do horário.
"Isso não existe. O que acontece é o seguinte, se o Samu daqui pifar, Sena Madureira fica nos dando suporte, caso o município também não tenha uma viatura é enviada de Rio Branco. Não há oficina autorizada a consertar as ambulâncias em Manoel Urbano e nesses casos seria chamado o guincho. Em escala não se paga hora extra, o plantonista sabe que as emergências fazem parte do trabalho dele e precisamos nos manter com o que temos", finaliza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário